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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Indios

Nomes Indígenas
Relação de nomes e sobrenomes brasileiros de origem indígena, nomes de índios do Brasil, cultura indígena e história
Introdução
A cultura indígena é muito marcante no Brasil. Antes da chegada dos portugueses em nosso país (1500), o território brasileiro era povoado por centenas de povos indígenas. Por isso, muitos nomes e sobrenomes indígenas são comuns em nossa população, não somente entre os índios atuais, mas também entre os brancos e negros.
Relação de nomes indígenas

- Anchieta
- Apoema
- Apuã
- Araci
- Arachane
- Bartira
- Caue
- Caubi
- Ceci
- Tainá
- Guaraci
- Guaraciaba
- Iara
- Iberê
- Ipanema
- Iracema
- Irati
- Irani
- Jacir
- Jacira
- Jacobina
- Janaína
- Jandira
- Juçara
- Jurema
- Maiara
- Maíra
- Moacir
- Moara
- Moema
- Peri
- Ubajara
- Ubirajara
- Ubiratã
- Yara
Sobrenomes de origem indígena
- Araripe
- Acatauassú
- Cairu
- Capiperibe
- Jaguaribe
- Jatobá
- Murici
- Paraguaçu
- Pitangui
- Saraíba
- Suaçuna
- Tabajara
- Tibiriçá
- Pari



Tapioca: um dos alimentos mais consumidos pelos índios
Características da alimentação indígena
Podemos dizer que a alimentação indígena é natural, pois eles consomem alimentos retirados diretamente da natureza. Desta forma, conseguem obter alimentos isentos de agrotóxicos ou de outros produtos químicos. A alimentação indígena é saudável e rica em vitaminas, sais minerais e outros nutrientes.
Como os índios não consumem produtos industrializados, ficam livres dos efeitos nocivos dos conservantes, corantes artificiais, realçadores de sabor e outros aditivos artificiais usados na indústria alimentícia.
Somada a uma intensa atividade física, a alimentação indígena proporciona aos integrantes da tribo uma vida saudável. Logo, podemos observar nas aldeias isoladas (sem contatos com o homem branco), indivíduos fortes, saudáveis e felizes. Obesidade, estresse, depressão e outros males encontrados facilmente nas grandes cidades passam longe das tribos.
Numa aldeia indígena, o preparo dos alimentos é de responsabilidade das mulheres. Aos homens, cabe a função de caçar e pescar.
Principais alimentos consumidos pelos índios brasileiros:
- Frutas
- Verduras
- Legumes
- Raízes
- Carne de animais caçados na floresta (capivara, porco-do-mato, macaco, etc).
- Peixes
- Cereais
- Castanhas
Pratos típicos da culinária indígena:
- Tapioca (espécie de pão fino feito com fécula de mandioca)
- Pirão (caldo grosso feito de farinha de mandioca e caldo de peixe).
- Pipoca
- Beiju (espécie de bolo de formato enrolado feito com massa de farinha de mandioca fina)
* Este texto refere-se aos índios que não possuem muito contato com os homens brancos e que ainda seguem sua cultura. Infelizmente, muitas tribos deixaram de lado a alimentação saudável quando entraram em contato com o homem branco.


Índios do Brasil
Sociedade indígena, escravidão e miscigenação, cultura indígena, índios brasileiros, educação indígena,
arte indígena, tribos indígenas do Brasil, línguas indígenas, contato entre índios e portugueses.
Introdução
Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só em território brasileiro, esse número chegava 5 milhões de nativos, aproximadamente. Estes índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco lingüístico ao qual pertenciam: tupi-guaranis (região do litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques (Amazônia) e caraíbas (Amazônia).
Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocupam o território brasileiro, principalmente em reservas indígenas demarcadas e protegidas pelo governo. São cerca de 200 etnias indígenas e 170 línguas. Porém, muitas delas não vivem mais como antes da chegada dos portugueses. O contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural.
A sociedade indígena na época da chegada dos portugueses.
O primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as partes. As duas culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente distintos. Sabemos muito sobre os índios que viviam naquela época, graças a Carta de Pero Vaz de Caminha (escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral ) e também aos documentos deixados pelos padres jesuítas.
Os indígenas que habitavam o Brasil em 1500 viviam da caça, da pesca e da agricultura de milho, amendoim, feijão, abóbora, bata-doce e principalmente mandioca. Esta agricultura era praticada de forma bem rudimentar, pois utilizavam a técnica da coivara (derrubada de mata e queimada para limpar o solo para o plantio).
Os índios domesticavam animais de pequeno porte como, por exemplo, porco do mato e capivara. Não conheciam o cavalo, o boi e a galinha. Na Carta de Caminha é relatado que os índios se espantaram ao entrar em contato pela primeira vez com uma galinha.
As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em regras sociais, políticas e religiosas. O contato entre as tribos acontecia em momentos de guerras, casamentos, cerimônias de enterro e também no momento de estabelecer alianças contra um inimigo comum.
Os índios faziam objetos utilizando as matérias-primas da natureza. Vale lembrar que índio respeita muito o meio ambiente, retirando dele somente o necessário para a sua sobrevivência. Desta madeira, construíam canoas, arcos e flechas e suas habitações (oca). A palha era utilizada para fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica também era muito utilizada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das tribos. O urucum era muito usado para fazer pinturas no corpo.
A organização social dos índios
Entre os indígenas não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmo direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça, pesca, guerra e derrubada das árvores.
Duas figuras importantes na organização das tribos são o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da tribo, pois conhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses. Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás e ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para ajudar na cura. O cacique, também importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios.
A educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins, aprender desde pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este aprender. Portanto a educação indígena é bem pratica e vinculada a realidade da vida da tribo indígena. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um teste e uma cerimônia para ingressar na vida adulta.
Os contatos entre indígenas e portugueses
Como dissemos, os primeiros contatos foram de estranheza e de certa admiração e respeito. Caminha relata a troca de sinais, presentes e informações. Quando os portugueses começam a explorar o pau-brasil das matas, começam a escravizar muitos indígenas ou a utilizar o escambo. Davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para os indígenas em troca de seu trabalho.
O canto que se segue foi muito prejudicial aos povos indígenas. Interessados nas terras, os portugueses usaram a violência contra os índios. Para tomar as terras, chegavam a matar os nativos ou até mesmo transmitir doenças a eles para dizimar tribos e tomar as terras. Esse comportamento violento seguiu-se por séculos, resultando no pequenos número de índios que temos hoje.
A visão que o europeu tinha a respeito dos índios era eurocêntrica. Os portugueses achavam-se superiores aos indígenas e, portanto, deveriam dominá-los e colocá-los ao seu serviço. A cultura indígena era considera pelo europeu como sendo inferior e grosseira. Dentro desta visão, acreditavam que sua função era convertê-los ao cristianismo e fazer os índios seguirem a cultura européia. Foi assim, que aos poucos, os índios foram perdendo sua cultura e também sua identidade.
Canibalismo

Algumas tribos eram canibais como, por exemplo, os tupinambás que habitavam o litoral da região sudeste do Brasil. A antropofagia era praticada, pois acreditavam que ao comerem carne humana do inimigo estariam incorporando a sabedoria, valentia e conhecimentos. Desta forma, não se alimentavam da carne de pessoas fracas ou covardes. A prática do canibalismo era feira em rituais simbólicos.

Religião Indígena
Cada nação indígena possuía crenças e rituais religiosos diferenciados. Porém, todas as tribos acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Para estes deuses e espíritos, faziam rituais, cerimônias e festas. O pajé era o responsável por transmitir estes conhecimentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos chegavam a enterrar o corpo dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os objetos pessoais. Isto mostra que estas tribos acreditavam numa vida após a morte.
Principais etnias indígenas brasileiras na atualidade e população estimada
Ticuna (35.000), Guarani (30.000), Caiagangue (25.000), Macuxi (20.000), Terena (16.000), Guajajara (14.000), Xavante (12.000), Ianomâmi (12.000), Pataxó (9.700), Potiguara (7.700).

Povos indígenas do Brasil
Os povos indígenas no Brasil incluem um grande número de diferentes grupos étnicos que habitaram o país antes da chegada dos europeus em torno de 1500. Diferentemente de Cristovão Colombo, que achava que tinha atingido as Índias Orientais, o português, mais notavelmente por Vasco da Gama, já tinha atingido a Índia através do Oceano Índico, rota pela qual atingiu o Brasil.
A dificuldade em classificar os povos indígenas do Brasil vem do fato de que a violência, durante cinco séculos de colonização em que tiveram tomadas suas terras, destruídos muitos de seus meios de sobrevivência, proibidas suas crenças religiosas, sendo explícita ou disfarçadamente escravizados, provocou enorme mistura de povos e transferência de áreas.[2]
Origens e história
Pesquisas arqueológicas em São Raimundo Nonato, organizadas pela arqueóloga Niède Guidon no interior do Piauí, registram indícios da presença humana datados como anteriores a 10 mil anos.[3] A maioria dos pesquisadores acreditam que o povoamento da América do Sul deu-se a partir de 20 mil a.C.[4]

Indícios arqueológicos no Brasil apontam para a presença humana em achados datados de 16.000 a.C., de 14.200 a.C. e de 12.770 a.C. em Lagoa Santa (MG), Rio Claro (SP) e Ibicuí (RS).[4] Em Lapa Vermelha, (Minas Gerais), foi encontrado um verdadeiro cemitério com ossos datados em 12 mil anos, o primeiro dos quais encontrado por Annette Laming-Emperaire na década de 1970 e que foi "batizado" de Luzia e que parecia mais aparentada com os aborígenes da Austrália ou com negrito das Ilhas Andaman.
Extermínio
Estimativas da população indígena na época do descobrimento apontam que existiam no território Brasileiro, mais de 1 000 povos, sendo dois a seis milhões de indígenas. Hoje em dia, são 227 povos, e sua população está em torno de 300 mil. As razões para isso são muitas, desde agressão direta de colonizadores a epidemias de doenças para as quais os índios não tinham imunidade ou cura conhecidas.
Durante o século XIX, com os avanços em epidemiologia, casos documentados começaram a aparecer, de brasileiros usando epidemias de varíola como arma biológica contra os índios. Um caso "clássico", segundo antropólogo Mércio Pereira Gomes, é o da vila de Caxias, no Sul do Maranhão, por volta de 1816. Fazendeiros, para conseguir mais terras, resolveram "presentear" os índios timbira com roupas de pessoas infectadas pela doença (que normalmente são queimadas para evitar contaminação). Os índios levaram as roupas para as aldeias, e logo logo, os fazendeiros tinham muito mais terra livre para sua criação de gado. Casos similares ocorreram por toda América do Sul As "doenças do homem branco" ainda afetam tribos indígenas no Amazonas.
Povos indígenas emergentes
Da esquerda para a direita: Dona Tereza Kariri, Bida Jenipapo-Kanindé, Cacique Pequena Jenipapo-Kanindé, Fernando Tremembé e Jamille Kariri. Participantes do II Encontro do Povo Kariri, realizado em Crateús - Ceará, em junho de 2007.
A partir das últimas décadas do século XX, aparecem novas etnias quando populações miscigenadas reivindicam a condição de povo indígena. Isto ocorre principalmente no nordeste brasileiro. São exemplos desse processo:
• Náua, no Parque Nacional da Serra do Divisor (Acre)
• Tupinambá, Maitapu, Apium e um grupo Munduruku desconhecido, na região do Alto Rio Tapajós (Pará)
• Kaxixó, na região de Martinho Campos e Pompeu, e Aranã, no Vale do Jequitinhonha (Minas Gerais)
• Kariri, Kalabaça, Tabajara, Tapeba, Pitaguary, Tremembé, Kanindé no Ceará.
• Tupinambá, em Olivença, e Tumbalalá, em Abaré e Curaçá (Bahia)
• Kalankó, em Pariconha, e Karuazu, em Água Branca (Alagoas)
• Pipipã, em Ibimirim (Pernambuco)
• Há grande diversidade cultural entre os povos indígenas no Brasil, mas há também características comuns:
• A habitação coletiva, com as casas dispostas em relação a um espaço cerimonial que pode ser no centro ou não
• A vida cerimonial é a base da cultura de cada grupo, com as festas que reúnem pessoas de outras aldeias, os ritos de passagem dos adolescentes de ambos os sexos, os rituais de cura e outros
• A arte faz parte da vida diária, e é encontrada nos potes, nas redes e esteiras, nos bancos para homens e mulheres, e na pintura corporal, sempre presente nos homens
• A educação das crianças se faz por todos os habitantes da aldeia, desde cedo aprendem a realizar as tarefas necessárias à sobrevivência, tornando-se independentes
A família podia ser monogâmica ou poligâmica. Deixaram forte herança cultural nos alimentos, tendo ensinado o europeu a comer mandioca, milho, guaraná, palmito, pamonha, canjica; nos objetos, suas redes e jangadas, canoa, armadilhas de caça e pesca; no vocabulário: em topônimos como Curitiba, Piauí, etc; em nomes de frutas nativas ou de animais: caju, jacaré, abacaxi, tatu. Ensinaram algumas técnicas como o trabalho em cerâmica e o preparo da farinha. E deixaram no brasileiro hábitos como o uso do tabaco, mas sobretudo o excelente costume do banho diário.
No Brasil colonial os portugueses tiveram como aliados os índios aldeados, os quais se tornaram súditos da Coroa.
Estatuto do Índio e legislação
O Serviço de Proteção ao Índio (SPI) foi criado em 1910. O Estatuto do Índio ainda determina que "os índios e as comunidades indígenas ainda não integrados à comunhão nacional ficam sujeitos ao regime tutelar".[7] Apesar dos diversos decretos, o índio brasileiro tem que se integrar na cultura brasileira para requerer emancipação.
Dia do Índio
O Dia do Índio, 19 de abril, foi criado pelo presidente Getúlio Vargas através do decreto-lei 5540 de 1943, e relembra o dia, em 1940, no qual várias lideranças indígenas do continente resolveram participar do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México. Eles haviam boicotado os dias iniciais do evento, temendo que suas reivindicações não fossem ouvidas pelos "homens brancos". Durante este congresso foi criado o Instituto Indigenista Interamericano, também sediado no México, que tem como função zelar pelos direitos dos indígenas na América. O Brasil não aderiu imediatamente ao instituto, mas após a intervenção do Marechal Rondon apresentou sua adesão e instituiu o Dia do Índio no dia 19 de abril.
Organizações e associações indígenas
As associações e organizações indígenas surgiram, no Brasil, ainda durante o século XX, nos anos 80. Entre os organismos e associações nativas que têm como objetivo estatutário a defesa dos direitos humanos dos Povos Indígenas incluem-se o Warã Instituto Indígena Brasileiro[11] e o GRUMIN[12] Com o objetivo de preservar e difundir a cultura indígena e facilitar o acesso à informação e comunicação entre as diferentes nações indígenas foi fundado o Índios online[13]
Os povos indígenas do Brasil
A denominação mais conhecida das várias etnias não é quase nunca a forma como seus membros se referem a si mesmos, e sim o nome dado a ela pelos brancos ou por outras etnias, muitas vezes inimigas, que os chamavam de forma depreciativa, como é o caso dos caiapós.
Entre as primeiras obras publicadas sobre os povos indígenas brasileiros, no século XVI, encontram-se os livros escritos pelo mercenário alemão Hans Staden, pelo missionário francês Jean de Léry e pelo historiador português Pero de Magalhães Gândavo.[4] O primeiro inventário dos nativos brasileiros só foi feito em 1884, pelo viajante alemão Karl von den Steinen, que registrou a presença de quatro grupos ou nações indígenas, de acordo com as suas línguas: tupis-guaranis, jê ou tapuias, nuaruaques ou maipurés e caraíbas ou caribas. Von den Steinen também assinala quatro grupos lingüísticos: tupi, macro-jê, caribe e aruaque.
Reservas indígenas
A definição de áreas de proteção às comunidades indígenas foram lideradas por Orlando Villas Bôas que em 1941 lançou a expedição chamada Roncador-Xingu. Em 1961 foi criada a primeira reserva, o Parque Indígena do Xingu com forte atuação de Villas Bôas, seus irmãos Leonardo, Cláudio, Marechal Rondon, Darcy Ribeiro, entre outros,[14] para que a natureza, os povos nativos da região, suas culturas e costumes fossem preservados.[15] O modelo de criação das reservas indígenas mostrou-se como um dos únicos meios para que a cultura, os povos pré-coloniais remanescentes e mesmo a natureza sejam preservados nesses reservas. Em 1967 foi criada a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), que passou a definir políticas de proteção às comunidades indígenas brasileiras.
A demarcação de reservas indígenas é muitas vezes cercada de críticas favoráveis e desvaforáveis por vários setores da mídia e pela população afetada. O modelo das reservas indígenas demarcadas pela FUNAI difere no modelo norte-americano onde as terras passam a pertencer aos povos indígenas. No Brasil as reservas indígenas demarcadas pela FUNAI pertencem ao governo brasileiro para usufruto vitalício dos índios,[16] não havendo portanto como associá-las a uma perda de soberania. Uma crítica comum sobre as reservas indígenas brasileiras consideram a atuação de ONG's nacionais e internacionais junto às comunidades indígenas sem que se tenha o conhecimento preciso da natureza da atuação dessas organizações. Nesse sentido controles mais rígidos sobre a atuação das ONG's junto às comunidades indígenas estão sendo estudados.[17]


Vida dos Índios
Funcionamento da aldeia, pajé, cacique, divisão do trabalho, o que fazem os curumins, diversão, festas e jogos indígenas
Introdução

Os índios possuem uma maneira própria de organizar a vida. Entre eles tudo é dividido com o objetivo de fazer a aldeia funcionar em harmonia. A divisão de trabalho, por exemplo, segue basicamente critérios de idade, sexo e acumulo de conhecimento e cultura. Na grande maioria das aldeias indígenas brasileiras esta divisão funciona como podemos observar abaixo.


Funções e divisão do trabalho entre os índios brasileiros:

- Homem adulto: são responsáveis pela caça de animais selvagens. Devem garantir a proteção da aldeia e, se necessário, atuarem nas guerras. São os homens que também devem fabricar as ferramentas, instrumentos de caça e pesca e a casa (oca).

- Mulheres adultas: cabe às mulheres cuidarem dos filhos, fornecendo-lhes alimentação e os cuidados necessários. As mulheres também atuam na agricultura da aldeia, plantando e colhendo (mandioca, milho, feijão, arroz, etc). As mulheres também devem fabricar objetos de cerâmica (vasos, potes, pratos) e preparar os alimentos para o consumo. Devem ainda coletar os frutos, fabricar a farinha e tecer redes (artesanato).

- Crianças: os curumins da aldeia (meninos e meninas) também possuem determinadas funções. Suas brincadeiras são destinadas ao aprendizado prático das tarefas que deverão assumir quando adultos. Um menino, por exemplo, brinca de fabricar arco e flecha e caçar pequenos animais. Já as meninas brincam de fazer comida e cuidar de crianças, usando bonecas.

- Cacique: é o chefe político e administrativo da aldeia. Experiente, ele deve manter o bom funcionamento e a estrutura da aldeia.

- Pajé: possui grande conhecimento sobre a cultura e religião da tribo. Conhece muito bem o poder das ervas medicinas e atua como uma espécie de “médico” e “curandeiro” da aldeia. Mantém as tradições e repassa aos mais novos através da oralidade. Os rituais religiosos também são organizados pelo pajé.
Diversão
Além de trabalharem, os índios também se divertem. Nas aldeias, eles fazem festas, danças e jogos. Porém, estas formas de divertimento possuem significados religiosos e sociais. Dentre os jogos, por exemplo, destacam-se as lutas. Estas são realizadas como uma forma de treinamento para guerras e também para desenvolver a parte física dos índios.


Povos Indígenas do Brasil
Introdução
Embora tenham diminuído significativamente desde a chegada dos portugueses (1500), ainda existem vários povos indígenas habitando o território brasileiro. Cada um com sua cultura, língua, arte, religião, hábitos, tradições, mitos e costumes. Abaixo uma relação dos principais povos indígenas brasileiros. Saiba mais sobre os índios.


Nome do povo
(em português) Família ao qual pertencem
ou Tronco Linguístico Estados brasileiros
onde habitam
Aicanãs Aicanã Roraima
Ajurus Tupari Roraima
Amanaiés Tupi-guarani Pará
Anambés Tupi-Guarani Pará
Aparai Karíb Pará
Apiacás Apiacá Mato Grosso
Apurinã Aruák Amazonas
Arapaso Tucano Amazonas
Arara Karíb Pará
Arara Pano Acre
Araras-do-aripuanã Tupi-Arara Mato Grosso
Aruás Língua aruá Rondônia
Campas Aruák Acre e Peru
Assurinis-do-tocantins Tupi-Guarani Pará
Assurinis-do-xingu Tupi-Guarani Pará
Avás-canoeiros Tupi-Guarani Tocantins e Goiás
Guajás Tupi-Guarani Maranhão
Auetis Língua aueti Mato Grosso
Bacairis Karíb Mato Grosso
Barás Tukano Amazonas
Barasanas Tukano Amazonas
Baré Nheengatu Amazonas
Bororos Bororo Mato Grosso
Chamacocos Samuko Mato Grosso do Sul
Chiquitanos Chiquito Mato Grosso
Cintas-largas Tupi Mondé Rondônia e Mato Grosso
Denis Arawá Amazonas
Desanos Tukano Amazonas
Enáuenês-nauês Aruák Mato Grosso
Fulniôs Yatê Pernambuco
Gavião Monde Mondé Rondônia
Paracatejê-gavião Timbira Oriental Pará
Pucobié-gavião Jê Maranhão
Guajajaras Tupi-Guarani Maranhão
Guaranis Tupi-Guarani RS/SC/PR/SP/RJ/MS
Guatós Guató Mato Grosso do Sul
Hupda Maku Amazonas
Ikpeng Karib Mato Grosso
Ingarikó Karíb Roraima
Jabutis Jaboti Rondônia
Jamamadis Arawá Amazonas
Jarauaras Arawá Amazonas
Javaés Karajá Tocantins
Jiahuis Tupi-Guarani Amazonas
Jumas Tupi-Guarani Amazonas
Kaapor Tupi-Guarani Maranhão
Caiabis Tupi-Guarani Mato Grosso e Pará
Caingangues Jê São Paulo, Paraná e Santa Catarina
Caixanas Português Amazonas
Calapalos Karíb Mato Grosso
Camaiurás Tupi-Guarani Mato Grosso
Cambebas Tupi-Guarani Amazonas
Cambiuás Português Pernambuco
Canamaris Katukina Amazonas
Apaniecras-canelas Jê Maranhão
Rancocamecras-canelas Jê Maranhão
Canindés Português Ceará
Canoês Kanoê Rondônia
Carajá Karajá Mato Grosso, Tocantins
Karapanã Tukano Amazonas
Karapotó Português Alagoas
Karipuna Tupi-Guarani Rondônia
Caripunas-do-amapá Creoulo Francês Amapá
Cariris Português Ceará
Cariris-xocós Português Alagoas
Caritianas Arikem Rondônia
Araras-caros Ramarama Rondônia
Karuazu Português Alagoas
Katukina Katukina Amazonas
Katukina Pano Acre e Amazonas
Katxuyana Karib Pará
Kaxarari Pano Amazonas e Rondônia
Kaxinawá Pano Acre e Peru
Kaxixó Português Minas Gerais
Caiapós Jê Mato Grosso
Quiriris Português Bahia
Cocamas Tupi-Guarani Amazonas
Korubo Pano Amazonas
Craós Timbira oriental Tocantins
Crenaques Krenak Minas Gerais
Cricatis Jê Maranhão
Kubeo Tukano Amazonas
Kuikuro Karib Mato Grosso
Kulina Madihá Arawá Acre, Amazonas
Culinas-pano Pano Amazonas
Kuripako Aruak Amazonas
Curuaias Munduruku Pará
Kwazá Kwazá Rondônia
Macurap Tupari Rondônia
Makuna Tukano Amazonas
Macuxis Karib Roraima
Matipus Karib Mato Grosso
Matis Pano Amazonas
Maxacalis Maxacali Minas Gerais
Meinacos Aruak Mato Grosso
Miranha Bora Amazonas
Miritis-tapuias Tukano Amazonas
Mundurucus Munduruku Pará
Muras Mura Amazonas
Nauquás Karib Mato Grosso
Nambiquaras Nambikwara Mato Grosso e Rondônia
Nukini Pano Acre
Ofaiés Ofaié Mato Grosso do Sul
Oro-uins Txapakura Rondônia
Paiter Mondé Rondônia
Palicures Aruak Amapá
Panará (Krenhakarore) Jê Mato Grosso e Pará
Pancararés Português Bahia
Pankararu Português Pernambuco
Pankaru Português Bahia
Parakanã Tupi Guarani Pará
Parecis Aruak Mato Grosso
Parintintins Tupi-Guarani Amazonas
Patamona Karib Roraima
Pataxó Português Bahia
Pipipãs Português Pernambuco
Pirarrãs Mura Amazonas
Piratapuias Tukano Amazonas
Pitaguaris Português Ceará
Potiguaras Potiguara e português Paraíba
Poianauas Pano Acre
Ricbactas Rikbaktsa Mato Grosso
Sakurabiat Tupari Rondônia
Sateré-Mawé Mawé Amazonas e Pará
Shanenawa Pano Acre
Suruís Tupi-Guarani Pará
Suiás Jê Mato Grosso
Tabajaras Português Ceará
Tapaiúnas Jê Mato Grosso
Tapirapés Tupi-Guarani Mato Grosso
Tapuias Português Goiás
Tarianas Aruak Amazonas
Terenas Aruak Mato Grosso do Sul
Ticunas Ticuna Amazonas
Tiriós Karíb Pará
Toras Txapakura Amazonas
Truká Português Pernambuco
Trumai Trumai Mato Grosso
Tsunhuns-djapás Katukina Amazonas
Tucanos Tukano Amazonas
Tumbalalá Português Bahia
Tuparis Tupari Rondônia
Tupinambás
Português Bahia
Tupiniquins Português Espírito Santo
Tuiúcas Tukano Amazonas
Umutinas Bororo Mato Grosso
Amondauas Tupi-Guarani Rondônia
Uaimiris-atroaris Karib Roraima e Amazonas
Uapixanas Aruak Roraima
Uarequenas Aruak Amazonas
Uassus Português Alagoas
Uaurás Aruak Mato Grosso
Uaianas Karib Pará
Xakriabás Jê Minas Gerais
Xambioás Karajá Tocantins
Xavantes Jê Mato Grosso
Xetás Tupi-Guarani Paraná
Caiapós-xicrins Kayapó Pará
Xipaias Juruna Pará
Xukuru Português Pernambuco
Xukuru Kariri Português Alagoas
Yaminawa Pano Acre
Ianomâmis Yanomami Roraima, Amazonas
Iaualapitis Aruak Mato Grosso
Iecuanas Karib Roraima
Jurunas Juruna Pará e Mato Grosso
Zoes Tupi-Guarani Pará
Zorós Mondé Mato Grosso
Suruuarrás Arawá Amazonas



Cacique
Funções e importância
Cacique é um termo que os portugueses e espanhóis usaram na época das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos (séculos XV e XVI) para fazer referência aos chefes indígenas das tribos da América. Este termo é originário do aruaque do Haiti (cachique) e foi adaptado pelos espanhóis, virando cacique.
No Brasil, cada nação indígena utiliza um termo específico para fazer referência ao chefe político. Entre os indígenas tupis, por exemplo, são usados os termos murumuxaua, tabixaba e tuxaua. Já os guaranis usam mais o termo mburovixá.
O cacique desempenha funções importantes dentro de uma tribo indígena. Ele é o responsável em aplicar as regras da tribo, definir punições, resolver conflitos, definir guerra e organizar a caça.


Pajé
Pajé: o líder espiritual e curandeiro indígena
Funções e importância
O pajé é uma figura de extrema importância dentro das tribos indígenas do Brasil. Detentor de muitos conhecimentos e da história da tribo, ele é o indígena mais experiente. Ele é o responsável por passar adiante a cultura, história e tradições da tribo.
O pajé também possui a função de curandeiro dentro da tribo, pois conhece diversos rituais e também o poder de cura de ervas e plantas.
O pajé também possui a função de líder espiritual da tribo. Ele conhece os meios de entrar em contato com os espíritos e deuses protetores da tribo. Os indígenas acreditam que o pajé possui a capacidade de entrar em contato direto com os deuses. Em algumas tribos, os indígenas acreditam que o pajé tem poderes capazes de fazer chover e melhorar a capacidade dos índios durante a caça e pesca.
Durante a pajelança, o pajé entra em contato com espíritos de pessoas mortas ou animais com o objetivo de promover curas, resolver problemas pessoais dos índios ou da tribo. Neste ritual, o pajé pode utilizar ervas ou outras plantas.
Oca
Conhecendo uma oca
Oca é uma habitação típica dos povos indígenas. A palavra tem sua origem na família linguística tupi-guarani.
As ocas são construídas coletivamente, ou seja, com a participação de vários integrantes da tribo. São grandes, podendo chegar até 40 metros de comprimento. Seu tamanho é justificado, pois várias famílias de índios habitam uma mesma oca. Internamente este tipo de habitação não possui divisões. São instaladas na parte interna da oca diversas redes, que os índios usam para dormir.
A estrutura das ocas são bastante resistente, pois elas são construídas com a utilização de taquaras e troncos de árvores. A cobertura é feita de folhas de palmeiras ou palha. Uma oca pode durar mais de 20 anos.
As ocas não possuem janelas, porém, a ventilação ocorre através portas e dos frizos entre as taquaras da parede. Costumam apresentar de uma a três portas apenas.
Curiosidade:
- Uma oca de tamanho grande pode levar de 10 a 15 dias para ser construída, com o trabalho de 20 a 30 índios.
História do Dia do Índio
Comemoramos todos os anos, no dia 19 de Abril, o Dia do Índio. Esta data comemorativa foi criada em 1943 pelo presidente Getúlio Vargas, através do decreto lei número 5.540. Mas porque foi escolhido o 19 de abril?
Origem da data
Para entendermos a data, devemos voltar para 1940. Neste ano, foi realizado no México, o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. Além de contar com a participação de diversas autoridades governamentais dos países da América, vários líderes indígenas deste continente foram convidados para participarem das reuniões e decisões. Porém, os índios não compareceram nos primeiros dias do evento, pois estavam preocupados e temerosos. Este comportamento era compreensível, pois os índios há séculos estavam sendo perseguidos, agredidos e dizimados pelos “homens brancos”.
No entanto, após algumas reuniões e reflexões, diversos líderes indígenas resolveram participar, após entenderem a importância daquele momento histórico. Esta participação ocorreu no dia 19 de abril, que depois foi escolhido, no continente americano, como o Dia do Índio.
Comemorações e importância da data

Neste dia do ano ocorrem vários eventos dedicados à valorização da cultura indígena. Nas escolas, os alunos costumam fazer pesquisas sobre a cultura indígena, os museus fazem exposições e os municípios organizam festas comemorativas. Deve ser também um dia de reflexão sobre a importância da preservação dos povos indígenas, da manutenção de suas terras e respeito às suas manifestações culturais.
Devemos lembrar também, que os índios já habitavam nosso país quando os portugueses aqui chegaram em 1500. Desde esta data, o que vimos foi o desrespeito e a diminuição das populações indígenas. Este processo ainda ocorre, pois com a mineração e a exploração dos recursos naturais, muitos povos indígenas estão perdendo suas terras.

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