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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Mãe, Eternas lembras no Coração Ta amo...

Mãe


Mãe Elizete, já faz 13 anos que estivemos juntos pela ultimas vez, e esses 13 anos para mim foi de conquista e derrota que já se passou na minha vida.
Hoje estou com 18 anos estou muito sentido, de não estar ganhando aquele beijo doce de uma mãe, aquele abraço apertado, aquele colo tão carinhoso de uma mãe.
Ainda sim, os últimos dias foram de sofrimento.
Talvez pudesse ter sido diferente. Mas não foi.
A saudade às vezes não cabe no peito.
Preciso ir em frente, mesmo triste por ninguém ter perguntado se eu concordava com a sua partida.
Na verdade, descobri que não temos o direito de escolher, mas simplesmente aceitar a decisão do universo.
Descobri que a nossa passagem por aqui é rápida.
Que a felicidade esta sempre por perto, no gesto mais simples, basta abrir o coração para ela entrar.
Fico tão pensativo quando vejo meus amigos da um abraço dizendo “bom dia mãe”, e sei que eu muitas vezes não digo...
Vou levando a vida por aqui, um dia de cada vez. Uns mais cinzas, outros nem tanto.
E quando o sol aparece, trás a energia que eu possa continuar em frente, vivendo e agradecendo por ter a família que tenho..
Enfim hoje eu te compreendo, pois também conheci o bem mais precioso que existe nesse mundo.
O amor incondicional de mãe.







Saimon Josué Holdefer

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Maio de 2009.

Indios

Nomes Indígenas
Relação de nomes e sobrenomes brasileiros de origem indígena, nomes de índios do Brasil, cultura indígena e história
Introdução
A cultura indígena é muito marcante no Brasil. Antes da chegada dos portugueses em nosso país (1500), o território brasileiro era povoado por centenas de povos indígenas. Por isso, muitos nomes e sobrenomes indígenas são comuns em nossa população, não somente entre os índios atuais, mas também entre os brancos e negros.
Relação de nomes indígenas

- Anchieta
- Apoema
- Apuã
- Araci
- Arachane
- Bartira
- Caue
- Caubi
- Ceci
- Tainá
- Guaraci
- Guaraciaba
- Iara
- Iberê
- Ipanema
- Iracema
- Irati
- Irani
- Jacir
- Jacira
- Jacobina
- Janaína
- Jandira
- Juçara
- Jurema
- Maiara
- Maíra
- Moacir
- Moara
- Moema
- Peri
- Ubajara
- Ubirajara
- Ubiratã
- Yara
Sobrenomes de origem indígena
- Araripe
- Acatauassú
- Cairu
- Capiperibe
- Jaguaribe
- Jatobá
- Murici
- Paraguaçu
- Pitangui
- Saraíba
- Suaçuna
- Tabajara
- Tibiriçá
- Pari



Tapioca: um dos alimentos mais consumidos pelos índios
Características da alimentação indígena
Podemos dizer que a alimentação indígena é natural, pois eles consomem alimentos retirados diretamente da natureza. Desta forma, conseguem obter alimentos isentos de agrotóxicos ou de outros produtos químicos. A alimentação indígena é saudável e rica em vitaminas, sais minerais e outros nutrientes.
Como os índios não consumem produtos industrializados, ficam livres dos efeitos nocivos dos conservantes, corantes artificiais, realçadores de sabor e outros aditivos artificiais usados na indústria alimentícia.
Somada a uma intensa atividade física, a alimentação indígena proporciona aos integrantes da tribo uma vida saudável. Logo, podemos observar nas aldeias isoladas (sem contatos com o homem branco), indivíduos fortes, saudáveis e felizes. Obesidade, estresse, depressão e outros males encontrados facilmente nas grandes cidades passam longe das tribos.
Numa aldeia indígena, o preparo dos alimentos é de responsabilidade das mulheres. Aos homens, cabe a função de caçar e pescar.
Principais alimentos consumidos pelos índios brasileiros:
- Frutas
- Verduras
- Legumes
- Raízes
- Carne de animais caçados na floresta (capivara, porco-do-mato, macaco, etc).
- Peixes
- Cereais
- Castanhas
Pratos típicos da culinária indígena:
- Tapioca (espécie de pão fino feito com fécula de mandioca)
- Pirão (caldo grosso feito de farinha de mandioca e caldo de peixe).
- Pipoca
- Beiju (espécie de bolo de formato enrolado feito com massa de farinha de mandioca fina)
* Este texto refere-se aos índios que não possuem muito contato com os homens brancos e que ainda seguem sua cultura. Infelizmente, muitas tribos deixaram de lado a alimentação saudável quando entraram em contato com o homem branco.


Índios do Brasil
Sociedade indígena, escravidão e miscigenação, cultura indígena, índios brasileiros, educação indígena,
arte indígena, tribos indígenas do Brasil, línguas indígenas, contato entre índios e portugueses.
Introdução
Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só em território brasileiro, esse número chegava 5 milhões de nativos, aproximadamente. Estes índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco lingüístico ao qual pertenciam: tupi-guaranis (região do litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques (Amazônia) e caraíbas (Amazônia).
Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocupam o território brasileiro, principalmente em reservas indígenas demarcadas e protegidas pelo governo. São cerca de 200 etnias indígenas e 170 línguas. Porém, muitas delas não vivem mais como antes da chegada dos portugueses. O contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural.
A sociedade indígena na época da chegada dos portugueses.
O primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as partes. As duas culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente distintos. Sabemos muito sobre os índios que viviam naquela época, graças a Carta de Pero Vaz de Caminha (escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral ) e também aos documentos deixados pelos padres jesuítas.
Os indígenas que habitavam o Brasil em 1500 viviam da caça, da pesca e da agricultura de milho, amendoim, feijão, abóbora, bata-doce e principalmente mandioca. Esta agricultura era praticada de forma bem rudimentar, pois utilizavam a técnica da coivara (derrubada de mata e queimada para limpar o solo para o plantio).
Os índios domesticavam animais de pequeno porte como, por exemplo, porco do mato e capivara. Não conheciam o cavalo, o boi e a galinha. Na Carta de Caminha é relatado que os índios se espantaram ao entrar em contato pela primeira vez com uma galinha.
As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em regras sociais, políticas e religiosas. O contato entre as tribos acontecia em momentos de guerras, casamentos, cerimônias de enterro e também no momento de estabelecer alianças contra um inimigo comum.
Os índios faziam objetos utilizando as matérias-primas da natureza. Vale lembrar que índio respeita muito o meio ambiente, retirando dele somente o necessário para a sua sobrevivência. Desta madeira, construíam canoas, arcos e flechas e suas habitações (oca). A palha era utilizada para fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica também era muito utilizada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das tribos. O urucum era muito usado para fazer pinturas no corpo.
A organização social dos índios
Entre os indígenas não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmo direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça, pesca, guerra e derrubada das árvores.
Duas figuras importantes na organização das tribos são o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da tribo, pois conhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses. Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás e ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para ajudar na cura. O cacique, também importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios.
A educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins, aprender desde pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este aprender. Portanto a educação indígena é bem pratica e vinculada a realidade da vida da tribo indígena. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um teste e uma cerimônia para ingressar na vida adulta.
Os contatos entre indígenas e portugueses
Como dissemos, os primeiros contatos foram de estranheza e de certa admiração e respeito. Caminha relata a troca de sinais, presentes e informações. Quando os portugueses começam a explorar o pau-brasil das matas, começam a escravizar muitos indígenas ou a utilizar o escambo. Davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para os indígenas em troca de seu trabalho.
O canto que se segue foi muito prejudicial aos povos indígenas. Interessados nas terras, os portugueses usaram a violência contra os índios. Para tomar as terras, chegavam a matar os nativos ou até mesmo transmitir doenças a eles para dizimar tribos e tomar as terras. Esse comportamento violento seguiu-se por séculos, resultando no pequenos número de índios que temos hoje.
A visão que o europeu tinha a respeito dos índios era eurocêntrica. Os portugueses achavam-se superiores aos indígenas e, portanto, deveriam dominá-los e colocá-los ao seu serviço. A cultura indígena era considera pelo europeu como sendo inferior e grosseira. Dentro desta visão, acreditavam que sua função era convertê-los ao cristianismo e fazer os índios seguirem a cultura européia. Foi assim, que aos poucos, os índios foram perdendo sua cultura e também sua identidade.
Canibalismo

Algumas tribos eram canibais como, por exemplo, os tupinambás que habitavam o litoral da região sudeste do Brasil. A antropofagia era praticada, pois acreditavam que ao comerem carne humana do inimigo estariam incorporando a sabedoria, valentia e conhecimentos. Desta forma, não se alimentavam da carne de pessoas fracas ou covardes. A prática do canibalismo era feira em rituais simbólicos.

Religião Indígena
Cada nação indígena possuía crenças e rituais religiosos diferenciados. Porém, todas as tribos acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Para estes deuses e espíritos, faziam rituais, cerimônias e festas. O pajé era o responsável por transmitir estes conhecimentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos chegavam a enterrar o corpo dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os objetos pessoais. Isto mostra que estas tribos acreditavam numa vida após a morte.
Principais etnias indígenas brasileiras na atualidade e população estimada
Ticuna (35.000), Guarani (30.000), Caiagangue (25.000), Macuxi (20.000), Terena (16.000), Guajajara (14.000), Xavante (12.000), Ianomâmi (12.000), Pataxó (9.700), Potiguara (7.700).

Povos indígenas do Brasil
Os povos indígenas no Brasil incluem um grande número de diferentes grupos étnicos que habitaram o país antes da chegada dos europeus em torno de 1500. Diferentemente de Cristovão Colombo, que achava que tinha atingido as Índias Orientais, o português, mais notavelmente por Vasco da Gama, já tinha atingido a Índia através do Oceano Índico, rota pela qual atingiu o Brasil.
A dificuldade em classificar os povos indígenas do Brasil vem do fato de que a violência, durante cinco séculos de colonização em que tiveram tomadas suas terras, destruídos muitos de seus meios de sobrevivência, proibidas suas crenças religiosas, sendo explícita ou disfarçadamente escravizados, provocou enorme mistura de povos e transferência de áreas.[2]
Origens e história
Pesquisas arqueológicas em São Raimundo Nonato, organizadas pela arqueóloga Niède Guidon no interior do Piauí, registram indícios da presença humana datados como anteriores a 10 mil anos.[3] A maioria dos pesquisadores acreditam que o povoamento da América do Sul deu-se a partir de 20 mil a.C.[4]

Indícios arqueológicos no Brasil apontam para a presença humana em achados datados de 16.000 a.C., de 14.200 a.C. e de 12.770 a.C. em Lagoa Santa (MG), Rio Claro (SP) e Ibicuí (RS).[4] Em Lapa Vermelha, (Minas Gerais), foi encontrado um verdadeiro cemitério com ossos datados em 12 mil anos, o primeiro dos quais encontrado por Annette Laming-Emperaire na década de 1970 e que foi "batizado" de Luzia e que parecia mais aparentada com os aborígenes da Austrália ou com negrito das Ilhas Andaman.
Extermínio
Estimativas da população indígena na época do descobrimento apontam que existiam no território Brasileiro, mais de 1 000 povos, sendo dois a seis milhões de indígenas. Hoje em dia, são 227 povos, e sua população está em torno de 300 mil. As razões para isso são muitas, desde agressão direta de colonizadores a epidemias de doenças para as quais os índios não tinham imunidade ou cura conhecidas.
Durante o século XIX, com os avanços em epidemiologia, casos documentados começaram a aparecer, de brasileiros usando epidemias de varíola como arma biológica contra os índios. Um caso "clássico", segundo antropólogo Mércio Pereira Gomes, é o da vila de Caxias, no Sul do Maranhão, por volta de 1816. Fazendeiros, para conseguir mais terras, resolveram "presentear" os índios timbira com roupas de pessoas infectadas pela doença (que normalmente são queimadas para evitar contaminação). Os índios levaram as roupas para as aldeias, e logo logo, os fazendeiros tinham muito mais terra livre para sua criação de gado. Casos similares ocorreram por toda América do Sul As "doenças do homem branco" ainda afetam tribos indígenas no Amazonas.
Povos indígenas emergentes
Da esquerda para a direita: Dona Tereza Kariri, Bida Jenipapo-Kanindé, Cacique Pequena Jenipapo-Kanindé, Fernando Tremembé e Jamille Kariri. Participantes do II Encontro do Povo Kariri, realizado em Crateús - Ceará, em junho de 2007.
A partir das últimas décadas do século XX, aparecem novas etnias quando populações miscigenadas reivindicam a condição de povo indígena. Isto ocorre principalmente no nordeste brasileiro. São exemplos desse processo:
• Náua, no Parque Nacional da Serra do Divisor (Acre)
• Tupinambá, Maitapu, Apium e um grupo Munduruku desconhecido, na região do Alto Rio Tapajós (Pará)
• Kaxixó, na região de Martinho Campos e Pompeu, e Aranã, no Vale do Jequitinhonha (Minas Gerais)
• Kariri, Kalabaça, Tabajara, Tapeba, Pitaguary, Tremembé, Kanindé no Ceará.
• Tupinambá, em Olivença, e Tumbalalá, em Abaré e Curaçá (Bahia)
• Kalankó, em Pariconha, e Karuazu, em Água Branca (Alagoas)
• Pipipã, em Ibimirim (Pernambuco)
• Há grande diversidade cultural entre os povos indígenas no Brasil, mas há também características comuns:
• A habitação coletiva, com as casas dispostas em relação a um espaço cerimonial que pode ser no centro ou não
• A vida cerimonial é a base da cultura de cada grupo, com as festas que reúnem pessoas de outras aldeias, os ritos de passagem dos adolescentes de ambos os sexos, os rituais de cura e outros
• A arte faz parte da vida diária, e é encontrada nos potes, nas redes e esteiras, nos bancos para homens e mulheres, e na pintura corporal, sempre presente nos homens
• A educação das crianças se faz por todos os habitantes da aldeia, desde cedo aprendem a realizar as tarefas necessárias à sobrevivência, tornando-se independentes
A família podia ser monogâmica ou poligâmica. Deixaram forte herança cultural nos alimentos, tendo ensinado o europeu a comer mandioca, milho, guaraná, palmito, pamonha, canjica; nos objetos, suas redes e jangadas, canoa, armadilhas de caça e pesca; no vocabulário: em topônimos como Curitiba, Piauí, etc; em nomes de frutas nativas ou de animais: caju, jacaré, abacaxi, tatu. Ensinaram algumas técnicas como o trabalho em cerâmica e o preparo da farinha. E deixaram no brasileiro hábitos como o uso do tabaco, mas sobretudo o excelente costume do banho diário.
No Brasil colonial os portugueses tiveram como aliados os índios aldeados, os quais se tornaram súditos da Coroa.
Estatuto do Índio e legislação
O Serviço de Proteção ao Índio (SPI) foi criado em 1910. O Estatuto do Índio ainda determina que "os índios e as comunidades indígenas ainda não integrados à comunhão nacional ficam sujeitos ao regime tutelar".[7] Apesar dos diversos decretos, o índio brasileiro tem que se integrar na cultura brasileira para requerer emancipação.
Dia do Índio
O Dia do Índio, 19 de abril, foi criado pelo presidente Getúlio Vargas através do decreto-lei 5540 de 1943, e relembra o dia, em 1940, no qual várias lideranças indígenas do continente resolveram participar do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México. Eles haviam boicotado os dias iniciais do evento, temendo que suas reivindicações não fossem ouvidas pelos "homens brancos". Durante este congresso foi criado o Instituto Indigenista Interamericano, também sediado no México, que tem como função zelar pelos direitos dos indígenas na América. O Brasil não aderiu imediatamente ao instituto, mas após a intervenção do Marechal Rondon apresentou sua adesão e instituiu o Dia do Índio no dia 19 de abril.
Organizações e associações indígenas
As associações e organizações indígenas surgiram, no Brasil, ainda durante o século XX, nos anos 80. Entre os organismos e associações nativas que têm como objetivo estatutário a defesa dos direitos humanos dos Povos Indígenas incluem-se o Warã Instituto Indígena Brasileiro[11] e o GRUMIN[12] Com o objetivo de preservar e difundir a cultura indígena e facilitar o acesso à informação e comunicação entre as diferentes nações indígenas foi fundado o Índios online[13]
Os povos indígenas do Brasil
A denominação mais conhecida das várias etnias não é quase nunca a forma como seus membros se referem a si mesmos, e sim o nome dado a ela pelos brancos ou por outras etnias, muitas vezes inimigas, que os chamavam de forma depreciativa, como é o caso dos caiapós.
Entre as primeiras obras publicadas sobre os povos indígenas brasileiros, no século XVI, encontram-se os livros escritos pelo mercenário alemão Hans Staden, pelo missionário francês Jean de Léry e pelo historiador português Pero de Magalhães Gândavo.[4] O primeiro inventário dos nativos brasileiros só foi feito em 1884, pelo viajante alemão Karl von den Steinen, que registrou a presença de quatro grupos ou nações indígenas, de acordo com as suas línguas: tupis-guaranis, jê ou tapuias, nuaruaques ou maipurés e caraíbas ou caribas. Von den Steinen também assinala quatro grupos lingüísticos: tupi, macro-jê, caribe e aruaque.
Reservas indígenas
A definição de áreas de proteção às comunidades indígenas foram lideradas por Orlando Villas Bôas que em 1941 lançou a expedição chamada Roncador-Xingu. Em 1961 foi criada a primeira reserva, o Parque Indígena do Xingu com forte atuação de Villas Bôas, seus irmãos Leonardo, Cláudio, Marechal Rondon, Darcy Ribeiro, entre outros,[14] para que a natureza, os povos nativos da região, suas culturas e costumes fossem preservados.[15] O modelo de criação das reservas indígenas mostrou-se como um dos únicos meios para que a cultura, os povos pré-coloniais remanescentes e mesmo a natureza sejam preservados nesses reservas. Em 1967 foi criada a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), que passou a definir políticas de proteção às comunidades indígenas brasileiras.
A demarcação de reservas indígenas é muitas vezes cercada de críticas favoráveis e desvaforáveis por vários setores da mídia e pela população afetada. O modelo das reservas indígenas demarcadas pela FUNAI difere no modelo norte-americano onde as terras passam a pertencer aos povos indígenas. No Brasil as reservas indígenas demarcadas pela FUNAI pertencem ao governo brasileiro para usufruto vitalício dos índios,[16] não havendo portanto como associá-las a uma perda de soberania. Uma crítica comum sobre as reservas indígenas brasileiras consideram a atuação de ONG's nacionais e internacionais junto às comunidades indígenas sem que se tenha o conhecimento preciso da natureza da atuação dessas organizações. Nesse sentido controles mais rígidos sobre a atuação das ONG's junto às comunidades indígenas estão sendo estudados.[17]


Vida dos Índios
Funcionamento da aldeia, pajé, cacique, divisão do trabalho, o que fazem os curumins, diversão, festas e jogos indígenas
Introdução

Os índios possuem uma maneira própria de organizar a vida. Entre eles tudo é dividido com o objetivo de fazer a aldeia funcionar em harmonia. A divisão de trabalho, por exemplo, segue basicamente critérios de idade, sexo e acumulo de conhecimento e cultura. Na grande maioria das aldeias indígenas brasileiras esta divisão funciona como podemos observar abaixo.


Funções e divisão do trabalho entre os índios brasileiros:

- Homem adulto: são responsáveis pela caça de animais selvagens. Devem garantir a proteção da aldeia e, se necessário, atuarem nas guerras. São os homens que também devem fabricar as ferramentas, instrumentos de caça e pesca e a casa (oca).

- Mulheres adultas: cabe às mulheres cuidarem dos filhos, fornecendo-lhes alimentação e os cuidados necessários. As mulheres também atuam na agricultura da aldeia, plantando e colhendo (mandioca, milho, feijão, arroz, etc). As mulheres também devem fabricar objetos de cerâmica (vasos, potes, pratos) e preparar os alimentos para o consumo. Devem ainda coletar os frutos, fabricar a farinha e tecer redes (artesanato).

- Crianças: os curumins da aldeia (meninos e meninas) também possuem determinadas funções. Suas brincadeiras são destinadas ao aprendizado prático das tarefas que deverão assumir quando adultos. Um menino, por exemplo, brinca de fabricar arco e flecha e caçar pequenos animais. Já as meninas brincam de fazer comida e cuidar de crianças, usando bonecas.

- Cacique: é o chefe político e administrativo da aldeia. Experiente, ele deve manter o bom funcionamento e a estrutura da aldeia.

- Pajé: possui grande conhecimento sobre a cultura e religião da tribo. Conhece muito bem o poder das ervas medicinas e atua como uma espécie de “médico” e “curandeiro” da aldeia. Mantém as tradições e repassa aos mais novos através da oralidade. Os rituais religiosos também são organizados pelo pajé.
Diversão
Além de trabalharem, os índios também se divertem. Nas aldeias, eles fazem festas, danças e jogos. Porém, estas formas de divertimento possuem significados religiosos e sociais. Dentre os jogos, por exemplo, destacam-se as lutas. Estas são realizadas como uma forma de treinamento para guerras e também para desenvolver a parte física dos índios.


Povos Indígenas do Brasil
Introdução
Embora tenham diminuído significativamente desde a chegada dos portugueses (1500), ainda existem vários povos indígenas habitando o território brasileiro. Cada um com sua cultura, língua, arte, religião, hábitos, tradições, mitos e costumes. Abaixo uma relação dos principais povos indígenas brasileiros. Saiba mais sobre os índios.


Nome do povo
(em português) Família ao qual pertencem
ou Tronco Linguístico Estados brasileiros
onde habitam
Aicanãs Aicanã Roraima
Ajurus Tupari Roraima
Amanaiés Tupi-guarani Pará
Anambés Tupi-Guarani Pará
Aparai Karíb Pará
Apiacás Apiacá Mato Grosso
Apurinã Aruák Amazonas
Arapaso Tucano Amazonas
Arara Karíb Pará
Arara Pano Acre
Araras-do-aripuanã Tupi-Arara Mato Grosso
Aruás Língua aruá Rondônia
Campas Aruák Acre e Peru
Assurinis-do-tocantins Tupi-Guarani Pará
Assurinis-do-xingu Tupi-Guarani Pará
Avás-canoeiros Tupi-Guarani Tocantins e Goiás
Guajás Tupi-Guarani Maranhão
Auetis Língua aueti Mato Grosso
Bacairis Karíb Mato Grosso
Barás Tukano Amazonas
Barasanas Tukano Amazonas
Baré Nheengatu Amazonas
Bororos Bororo Mato Grosso
Chamacocos Samuko Mato Grosso do Sul
Chiquitanos Chiquito Mato Grosso
Cintas-largas Tupi Mondé Rondônia e Mato Grosso
Denis Arawá Amazonas
Desanos Tukano Amazonas
Enáuenês-nauês Aruák Mato Grosso
Fulniôs Yatê Pernambuco
Gavião Monde Mondé Rondônia
Paracatejê-gavião Timbira Oriental Pará
Pucobié-gavião Jê Maranhão
Guajajaras Tupi-Guarani Maranhão
Guaranis Tupi-Guarani RS/SC/PR/SP/RJ/MS
Guatós Guató Mato Grosso do Sul
Hupda Maku Amazonas
Ikpeng Karib Mato Grosso
Ingarikó Karíb Roraima
Jabutis Jaboti Rondônia
Jamamadis Arawá Amazonas
Jarauaras Arawá Amazonas
Javaés Karajá Tocantins
Jiahuis Tupi-Guarani Amazonas
Jumas Tupi-Guarani Amazonas
Kaapor Tupi-Guarani Maranhão
Caiabis Tupi-Guarani Mato Grosso e Pará
Caingangues Jê São Paulo, Paraná e Santa Catarina
Caixanas Português Amazonas
Calapalos Karíb Mato Grosso
Camaiurás Tupi-Guarani Mato Grosso
Cambebas Tupi-Guarani Amazonas
Cambiuás Português Pernambuco
Canamaris Katukina Amazonas
Apaniecras-canelas Jê Maranhão
Rancocamecras-canelas Jê Maranhão
Canindés Português Ceará
Canoês Kanoê Rondônia
Carajá Karajá Mato Grosso, Tocantins
Karapanã Tukano Amazonas
Karapotó Português Alagoas
Karipuna Tupi-Guarani Rondônia
Caripunas-do-amapá Creoulo Francês Amapá
Cariris Português Ceará
Cariris-xocós Português Alagoas
Caritianas Arikem Rondônia
Araras-caros Ramarama Rondônia
Karuazu Português Alagoas
Katukina Katukina Amazonas
Katukina Pano Acre e Amazonas
Katxuyana Karib Pará
Kaxarari Pano Amazonas e Rondônia
Kaxinawá Pano Acre e Peru
Kaxixó Português Minas Gerais
Caiapós Jê Mato Grosso
Quiriris Português Bahia
Cocamas Tupi-Guarani Amazonas
Korubo Pano Amazonas
Craós Timbira oriental Tocantins
Crenaques Krenak Minas Gerais
Cricatis Jê Maranhão
Kubeo Tukano Amazonas
Kuikuro Karib Mato Grosso
Kulina Madihá Arawá Acre, Amazonas
Culinas-pano Pano Amazonas
Kuripako Aruak Amazonas
Curuaias Munduruku Pará
Kwazá Kwazá Rondônia
Macurap Tupari Rondônia
Makuna Tukano Amazonas
Macuxis Karib Roraima
Matipus Karib Mato Grosso
Matis Pano Amazonas
Maxacalis Maxacali Minas Gerais
Meinacos Aruak Mato Grosso
Miranha Bora Amazonas
Miritis-tapuias Tukano Amazonas
Mundurucus Munduruku Pará
Muras Mura Amazonas
Nauquás Karib Mato Grosso
Nambiquaras Nambikwara Mato Grosso e Rondônia
Nukini Pano Acre
Ofaiés Ofaié Mato Grosso do Sul
Oro-uins Txapakura Rondônia
Paiter Mondé Rondônia
Palicures Aruak Amapá
Panará (Krenhakarore) Jê Mato Grosso e Pará
Pancararés Português Bahia
Pankararu Português Pernambuco
Pankaru Português Bahia
Parakanã Tupi Guarani Pará
Parecis Aruak Mato Grosso
Parintintins Tupi-Guarani Amazonas
Patamona Karib Roraima
Pataxó Português Bahia
Pipipãs Português Pernambuco
Pirarrãs Mura Amazonas
Piratapuias Tukano Amazonas
Pitaguaris Português Ceará
Potiguaras Potiguara e português Paraíba
Poianauas Pano Acre
Ricbactas Rikbaktsa Mato Grosso
Sakurabiat Tupari Rondônia
Sateré-Mawé Mawé Amazonas e Pará
Shanenawa Pano Acre
Suruís Tupi-Guarani Pará
Suiás Jê Mato Grosso
Tabajaras Português Ceará
Tapaiúnas Jê Mato Grosso
Tapirapés Tupi-Guarani Mato Grosso
Tapuias Português Goiás
Tarianas Aruak Amazonas
Terenas Aruak Mato Grosso do Sul
Ticunas Ticuna Amazonas
Tiriós Karíb Pará
Toras Txapakura Amazonas
Truká Português Pernambuco
Trumai Trumai Mato Grosso
Tsunhuns-djapás Katukina Amazonas
Tucanos Tukano Amazonas
Tumbalalá Português Bahia
Tuparis Tupari Rondônia
Tupinambás
Português Bahia
Tupiniquins Português Espírito Santo
Tuiúcas Tukano Amazonas
Umutinas Bororo Mato Grosso
Amondauas Tupi-Guarani Rondônia
Uaimiris-atroaris Karib Roraima e Amazonas
Uapixanas Aruak Roraima
Uarequenas Aruak Amazonas
Uassus Português Alagoas
Uaurás Aruak Mato Grosso
Uaianas Karib Pará
Xakriabás Jê Minas Gerais
Xambioás Karajá Tocantins
Xavantes Jê Mato Grosso
Xetás Tupi-Guarani Paraná
Caiapós-xicrins Kayapó Pará
Xipaias Juruna Pará
Xukuru Português Pernambuco
Xukuru Kariri Português Alagoas
Yaminawa Pano Acre
Ianomâmis Yanomami Roraima, Amazonas
Iaualapitis Aruak Mato Grosso
Iecuanas Karib Roraima
Jurunas Juruna Pará e Mato Grosso
Zoes Tupi-Guarani Pará
Zorós Mondé Mato Grosso
Suruuarrás Arawá Amazonas



Cacique
Funções e importância
Cacique é um termo que os portugueses e espanhóis usaram na época das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos (séculos XV e XVI) para fazer referência aos chefes indígenas das tribos da América. Este termo é originário do aruaque do Haiti (cachique) e foi adaptado pelos espanhóis, virando cacique.
No Brasil, cada nação indígena utiliza um termo específico para fazer referência ao chefe político. Entre os indígenas tupis, por exemplo, são usados os termos murumuxaua, tabixaba e tuxaua. Já os guaranis usam mais o termo mburovixá.
O cacique desempenha funções importantes dentro de uma tribo indígena. Ele é o responsável em aplicar as regras da tribo, definir punições, resolver conflitos, definir guerra e organizar a caça.


Pajé
Pajé: o líder espiritual e curandeiro indígena
Funções e importância
O pajé é uma figura de extrema importância dentro das tribos indígenas do Brasil. Detentor de muitos conhecimentos e da história da tribo, ele é o indígena mais experiente. Ele é o responsável por passar adiante a cultura, história e tradições da tribo.
O pajé também possui a função de curandeiro dentro da tribo, pois conhece diversos rituais e também o poder de cura de ervas e plantas.
O pajé também possui a função de líder espiritual da tribo. Ele conhece os meios de entrar em contato com os espíritos e deuses protetores da tribo. Os indígenas acreditam que o pajé possui a capacidade de entrar em contato direto com os deuses. Em algumas tribos, os indígenas acreditam que o pajé tem poderes capazes de fazer chover e melhorar a capacidade dos índios durante a caça e pesca.
Durante a pajelança, o pajé entra em contato com espíritos de pessoas mortas ou animais com o objetivo de promover curas, resolver problemas pessoais dos índios ou da tribo. Neste ritual, o pajé pode utilizar ervas ou outras plantas.
Oca
Conhecendo uma oca
Oca é uma habitação típica dos povos indígenas. A palavra tem sua origem na família linguística tupi-guarani.
As ocas são construídas coletivamente, ou seja, com a participação de vários integrantes da tribo. São grandes, podendo chegar até 40 metros de comprimento. Seu tamanho é justificado, pois várias famílias de índios habitam uma mesma oca. Internamente este tipo de habitação não possui divisões. São instaladas na parte interna da oca diversas redes, que os índios usam para dormir.
A estrutura das ocas são bastante resistente, pois elas são construídas com a utilização de taquaras e troncos de árvores. A cobertura é feita de folhas de palmeiras ou palha. Uma oca pode durar mais de 20 anos.
As ocas não possuem janelas, porém, a ventilação ocorre através portas e dos frizos entre as taquaras da parede. Costumam apresentar de uma a três portas apenas.
Curiosidade:
- Uma oca de tamanho grande pode levar de 10 a 15 dias para ser construída, com o trabalho de 20 a 30 índios.
História do Dia do Índio
Comemoramos todos os anos, no dia 19 de Abril, o Dia do Índio. Esta data comemorativa foi criada em 1943 pelo presidente Getúlio Vargas, através do decreto lei número 5.540. Mas porque foi escolhido o 19 de abril?
Origem da data
Para entendermos a data, devemos voltar para 1940. Neste ano, foi realizado no México, o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. Além de contar com a participação de diversas autoridades governamentais dos países da América, vários líderes indígenas deste continente foram convidados para participarem das reuniões e decisões. Porém, os índios não compareceram nos primeiros dias do evento, pois estavam preocupados e temerosos. Este comportamento era compreensível, pois os índios há séculos estavam sendo perseguidos, agredidos e dizimados pelos “homens brancos”.
No entanto, após algumas reuniões e reflexões, diversos líderes indígenas resolveram participar, após entenderem a importância daquele momento histórico. Esta participação ocorreu no dia 19 de abril, que depois foi escolhido, no continente americano, como o Dia do Índio.
Comemorações e importância da data

Neste dia do ano ocorrem vários eventos dedicados à valorização da cultura indígena. Nas escolas, os alunos costumam fazer pesquisas sobre a cultura indígena, os museus fazem exposições e os municípios organizam festas comemorativas. Deve ser também um dia de reflexão sobre a importância da preservação dos povos indígenas, da manutenção de suas terras e respeito às suas manifestações culturais.
Devemos lembrar também, que os índios já habitavam nosso país quando os portugueses aqui chegaram em 1500. Desde esta data, o que vimos foi o desrespeito e a diminuição das populações indígenas. Este processo ainda ocorre, pois com a mineração e a exploração dos recursos naturais, muitos povos indígenas estão perdendo suas terras.

Resumo do Livro MOBY DICK

MOBY DICK

O nome dele era Ismael, ele trabalhou o maior tempo da vida como marinheiro, gostava do mar e era fascinado pelas forças e a beleza das ondas. Se ficar muito tempo na terra, ficava mau-humorado, em alto mar ficava mais próximo do azul do céu, dos pássaros, das algas, ele falava que não conseguia viver sem o barulho das tempestades, das ventanias, noites de muito frio e também de muito calor.
O que mais ele queria era de embarcar num navio baleeiro, ele estava cansado de transportar passageiros, Ismael já tinha ouvido falar de MOBY DICK, no inicio ele pensava que era uma lenda, mas que Queequeg tinha contado muitas coisas sobre a baleia branca, muitos diziam que MOBY DICK aparecia em todos os mares ao mesmo tempo.
Depois deles viajarem e pegar varias tormentas no Cabo da Boa Esperança, velejarem tranqüilamente, rumo as Ilhas Crozet.
Estavam no Oceano Indico, durante dois dias atravessaram os chamados campos de Brit, um tipo de pastagem amarela na superfície da água que serve de alimentos para as baleias da Croelândia. Depois de eles ter matado cachalote, Stubb pediu ajuda para amarrá-los nos baleeiros e rebocá-los até o navio, quando finalmente cheguemos a prender a baleia, já era noite.
A baleia foi fixada no navio com cordas e corrente, a própria gordura de seu corpo fazia a bóia depois de morta. Na tarde da mesmo dia Ahad começou a ficar impaciente, começou a sentir o cheiro de cachalotes por perto, ansioso improviso um cesto preso ao ferro do navio. Pequod não conseguindo-se desviar chocou violentamente em uma ilha de pedra, abrindo-se um rombo no casco do navio, espalhando tabuas para todos os lados e enchendo lentamente o navio de água.
Assim que o Pequod afundou, a água do mar formou um enorme redemoinho, engolindo tudo o que via pela frente. Em seguida o mar ficou liso, como se não ouvisse nenhum sinal de luta sangrenta, e alguns pássaros passaram voando no local e a noite caiu iluminada pela lua cheia.




Saimon Josué Holdefer

Regras do Futsal...

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MODIFICAÇÕES NA REGRA DE FUTSAL PARA O ANO DE 2007
Para que a regra de Futsal fique igual a da FIFA, a CBFS está fazendo as alterações
necessárias que já entram em vigor a partir das Eliminatórias da Taça Brasil de Clubes.
Estamos disponibilizando as modificações em relação à regra de 2006.
As principais modificações em resumo são as seguintes:
1. Nos tamanhos de quadras conforme o descrito na regra 01;
2. Os tiros livres indiretos serão indiretos até o final da partida, mesmo que a equipe já
possua cinco faltas;
3. Os tiros livres indiretos, não serão anotados como faltas acumulativas e nem individuais;
4. O atleta poderá cometer mais de cinco faltas e não será desclassificado;
5. Membros da comissão técnica poderão usar bermudas, desde que seja uniforme da equipe;
6. Não haverá controle de faltas marcadas por cada atleta;
7. Valerá gol de lateral desde que haja toque de algum outro jogador, inclusive o goleiro. Se
a bola entrar diretamente não será válido o gol;
8. Não será aplicado cartão amarelo e vermelho para os membros da comissão técnica,
simplesmente serão excluídos do jogo e relatado como expulsão;
9. O cartão disciplinar apresentado aos jogadores titulares e reservas não contam como faltas
acumulativas;
REGRA 01 - QUADRA DE JOGO
1- DIMENSÕES
A quadra de jogo será um retângulo tendo um comprimento mínimo e uma largura mínima
conforme o tipo de competição.
a) Para a Liga Futsal Masculino, o comprimento mínimo é de 38 metros e o máximo de 42
metros e com largura mínima de 18 metros e máximo de 25 metros;
b) Para a Liga Futsal Feminina, o comprimento mínimo é de 36 metros e o máximo de 42
metros e com largura mínima de 18 metros e máximo de 25 metros;
c) Para competições da categoria adulto a nível nacional, o comprimento mínimo é de 36
metros e o máximo de 42 metros e com largura mínima de 18 metros e máximo de 25
metros;
d) Para competições de categorias Sub 20 a Sub 15, a nível nacional, o comprimento mínimo
é de 34 metros e o máximo de 42 metros e com largura mínima de 17 metros e máximo de
25 metros;
e) Para as competições estaduais, as dimensões das quadras, poderão ser regulamentadas
pelas Federações locais;
f) As quadras devem possuir, obrigatoriamente, em perfeitas condições de uso e visibilidade
para o público, jogadores, membros da comissão técnica e para a equipe de arbitragem,
placar ou mostrador, onde serão fixados ou indicados os tentos da partida e o cronômetro
eletrônico para controle do tempo de jogo.
2- PARTIDAS INTERNACIONAIS
Para as partidas internacionais a quadra de jogo deverá ter um comprimento mínimo de 38
metros e o máximo de 42 metros e tendo a largura mínima de 18 metros e a máxima de 25
metros.
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10- SEGURANÇA
As metas podem ser portáteis, mas devem ser fixadas firmemente ao solo durante as partidas.
12 – DECISÕES
Perpendicular às linhas de meta e para fora da superfície de jogo deverá ser feita uma marca
com largura de 8 (oito) centímetros, a uma distância de 5 (cinco) metros da união da parte
externa das linhas laterais com as linhas de meta, para regular a distância que os atletas devem
permanecer por ocasião da cobrança dos tiros de canto e laterais.
Os bancos de reservas das equipes situam-se atrás da linha lateral, imediatamente na
continuação da área livre, situada ao lado da mesa de anotações.
Deverá ser feitas duas marcas adicionais na superfície de jogo, a 5 (cinco) metros da marca do
tiro livre de 10 (dez) metros, à esquerda e a direita, para sinalizar a distância que deverá
observar-se na execução do tiro livre sem barreira. A largura deve ser de 6 (seis) centímetros.
REGRA 02 - A BOLA
1- A Bola será esférica. O invólucro será de couro macio ou de outro material aprovado. Em
sua confecção é vedado o uso de material que possa oferecer perigo ou dano aos jogadores.
2- Para o sexo masculino, nas categorias Adulto, Sub 20, Sub 17 e Sub 15, as bolas em sua
circunferência terão no mínimo 62 (sessenta e dois) centímetros e no máximo 64 (sessenta
e quatro) centímetros. Seu peso terá no mínimo 400 (quatrocentos) gramas e no máximo
440 (quatrocentos e quarenta) gramas.
3- Para o sexo feminino, nas categorias Adulto e Sub 20, as bolas em sua circunferência terão
no mínimo 62 (sessenta e dois) centímetros e no máximo 64 (sessenta e quatro)
centímetros. Seu peso terá no mínimo 400 (quatrocentos) gramas e no máximo 440
(quatrocentos e quarenta) gramas.
4- Para o sexo feminino, nas categorias Sub 17 e Sub 15, as bolas em sua circunferência terão
no mínimo 55 (cinqüenta e cinco) centímetros e no máximo 59 (cinqüenta e nove)
centímetros. Seu peso terá no mínimo 350 (trezentos e cinqüenta) gramas e no máximo 380
(trezentos e oitenta) gramas.
5- Para ambos os sexos, nas categorias Sub 13, Sub 11 e Sub 09, as bolas em sua
circunferência terão no mínimo 50 (cinqüenta) centímetros e no máximo 55 (cinqüenta e
cinco) centímetros. Seu peso terá no mínimo 300 (trezentos) gramas e no máximo 330
(trezentos e trinta) gramas.
6- Para ambos os sexos, nas categorias com faixa de idade inferior ao Sub 09, as bolas em sua
circunferência terão no mínimo 40 (quarenta) centímetros e no máximo 43 (quarenta e três)
centímetros. Seu peso terá no mínimo 250 (duzentos e cinqüenta) gramas e no máximo 280
(duzentos e oitenta) gramas.
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9- Se durante a partida uma outra bola cair dentro da quadra, deverá ser considerada como um
elemento estranho, e a partida só deve ser paralisada se interferir no jogo. Para o reinicio
deverá ser dado bola ao chão no local onde se encontrava no momento da paralisação.
DECISÕES:
2. Em partidas de competições da FIFA a aprovação do uso das bolas estará sujeito a que
tenham uma das três denominações: “FIFA Aproved, FIFA Inspected”, ou Referência
“International Matchball Standard”.
REGRA 04 - EQUIPAMENTOS
DA COMISSÃO TÉCNICA
Os membros da comissão técnica podem permanecer no banco de reservas usando bermudas,
short ou agasalhos, desde que sejam uniformes dos clubes. Não será permitido uso de camisas
sem mangas, sandálias ou chinelos, uso de qualquer tipo de aparelho de comunicação (rádio,
telefone, etc...).
DOS ÁRITROS
Os árbitros usarão, obrigatoriamente, camisas de manga curta ou comprida, nas cores
determinadas e aprovadas por sua entidade, além de bermudas, meias e tênis preto.
Os árbitros utilizarão, sempre que necessário, camisas de cor distintas que os possa diferenciar
com as camisas dos jogadores de linha de ambas as equipes.
Quando em baixas temperaturas poderão usar calça, cinto, meias e tênis brancos.
Os oficiais de arbitragem que usarem uniformes em desacordo com os previstos nesta regra,
não podem usar os distintivos da FIFA e CBFS.
DOS ANOTADORES E CRONOMETRISTAS
Os anotadores e cronometristas usarão, obrigatoriamente, camisa de manga curta ou manga
comprida, nas cores determinadas por sua entidade, além de bermudas ou calça, cinto, meias e
tênis ou sapatos de cor preta.
EQUIPE DE ARBITRAGEM
As duplas de arbitragem (árbitro principal e auxiliar) e (cronometrista e anotador) usarão
camisas nas mesmas cores, bermudas ou calças, em dupla ou quartetos, distintos, de acordo
com o previsto em sua função, permanecendo inalterados os demais equipamentos.
REGRA 05 - ÁRBITRO PRINCIPAL
v) O árbitro principal deverá estar no lado oposto ao da mesa de anotações, para o início do
primeiro e segundo período e prorrogação, podendo trocar de lado quando julgar
necessário e para agilizar o reinicio da partida.
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REGRA 06 - ÁRBITRO AUXILIAR
g) O árbitro auxiliar deverá estar no lado da mesa de anotações, para o início do primeiro e
segundo período e prorrogação, podendo trocar de lado quando julgar necessário e para
agilizar o reinicio da partida.
REGRA 07 - CRONOMETRISTA E ANOTADOR
O ANOTADOR terá como atribuições:
l) Deverá ter o controle dos jogadores que estão participando em cada momento do jogo;
a) Ajudará a controlar o comportamento dos jogadores e membros da comissão técnica no
banco de reservas;
b) Auxiliará no controle dos equipamentos dos substitutos antes de entrarem na quadra e
durante o jogo;
c) Anotará todas as interrupções do jogo e os motivos, tempo de cada paralisação e tempo
transcorrido de jogo nas paralisações.
REGRA 08 - DURAÇÃO DA PARTIDA
c) Para as outras categorias, em suas faixas de idade, as entidades estaduais deverão
determinar ou homologar a fixação de tempo especial de duração da partida.
2- O controle do tempo será de responsabilidade de um cronometrista cujas funções estão
especificadas na regra 07. Quando o cronômetro der o sinal de ter zerado o tempo de jogo,
os árbitros encerram simultaneamente a partida.
3- A duração de qualquer período da partida deverá ser prorrogada para permitir a execução
de uma penalidade máxima e um tiro livre sem direito a formação de barreira, uma vez
esgotado o tempo regulamentar. Neste caso não poderá haver um segundo toque.
4- Será concedido às equipes disputantes, objetivando dar instruções aos atletas, o direito de
solicitar o pedido máximo de 2 (dois) tempos técnicos, um em cada período da partida,
sendo de 1 (um) minuto a duração de cada tempo técnico solicitado, respeitando-se os
seguintes princípios:
d) Nos pedidos de tempo técnico, não será permitido que os atletas participantes da partida
saiam da quadra e os atletas reservas, não será permitido que entrem na quadra, para
receberem instruções de seus técnicos ou treinadores. Também não será permitido que
membros da comissão técnica entrem na quadra;
e) Somente após o sinal de apito ou campainha, dado pelo cronometrista comunicando o final
do tempo técnico, podem ser feitas substituições;
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h) Os árbitros não deverão intervir junto às equipes durante os pedidos de tempo técnico;
REGRA 11 - CONTAGEM DE TENTOS
6- Será nulo o tento originado de qualquer arremesso do goleiro adversário ou de arremesso
de meta por ele executado com as mãos, salvo se a bola, em sua trajetória, tocar ou for tocada
por qualquer jogador inclusive o goleiro. Se a bola penetrar diretamente, será executado
arremesso de meta.
REGRA 12 - FALTAS E INCORREÇÕES
1- As faltas do futsal são das seguintes espécies:
a) Faltas Técnicas
b) Faltas Pessoais
c) Faltas Disciplinares
FALTAS TÉCNICAS
2- Considera-se falta técnica aquela em que o jogador comete, intencionalmente, de maneira
que os árbitros julguem imprudente, temerária e com uso de força excessiva, uma das
seguintes infrações:
a) Dar ou tentar dar pontapé no adversário;
b) Calçar o adversário, isto é, derrubar ou tentar fazê-lo usando as pernas, agachando-se na
frente ou por trás dele;
c) Pular ou atirar-se sobre o adversário;
d) Trancar o adversário por trás ou de maneira violenta e perigosa;
e) Bater, tentar bater, lançar uma cusparada em adversário ou companheiro de equipe;
f) Segurar um adversário com as mãos ou impedi-lo de ação com qualquer parte do braço;
g) Empurrar o adversário;
h) Trancar o adversário com o ombro;
i) O jogador segurar ou desviar a bola intencionalmente carregá-la, ou batê-la ou
impulsioná-la com a mão ou braço, excetuando-se o goleiro dentro de sua área penal;
j) Projetar-se ao solo, deliberadamente, de maneira deslizante, e com uso dos pés tentar tirar
a bola que esteja sendo jogada ou de posse do adversário, levando perigo para o mesmo.
PUNIÇÃO
Será punido com a cobrança de um tiro livre direto a ser executado pela equipe adversária no
local onde ocorreu à infração, se cometida fora da área penal do infrator. Na hipótese dessa
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ocorrência ser dentro da área penal, uma penalidade máxima será cobrada pela equipe
adversária. Uma penalidade máxima deverá ser assinalada qualquer que seja a posição da bola
no momento que a falta é praticada dentro da área penal do infrator e que a bola esteja em
jogo. Estas faltas são anotadas como acumulativas para a equipe.
FALTAS PESSOAIS
3- Pratica falta pessoal um jogador que comete uma das seguintes infrações:
a) Sendo o goleiro com a bola em jogo:
1. Controla a bola com suas mãos, dentro de sua área penal ou fica de posse em sua meia
quadra de jogo por mais de 4 (quatro) segundos;
2. Toca ou controla a bola com suas mãos, dentro de sua área penal, depois que um seu
companheiro a tenha passado deliberadamente com o pé.
3. Toca ou controla a bola com as mãos vinda diretamente de um lateral cobrado por um
seu companheiro.
4. Após haver tocado a bola ou arremessando-a com as mãos ou movimentando a mesma
com os pés volta a recebê-la de um companheiro de equipe, dentro ou fora de sua área
penal, mesmo involuntariamente, sem que a bola tenha antes ultrapassado a linha
demarcatória do meio da quadra ou tenha sido jogada ou tocada, por um adversário.
5. O goleiro ao fazer o arremesso com as mãos, não poderá sair com a mão fora da área
penal ainda com a bola presa. No momento do arremesso o goleiro poderá sair com o
pé ou os pés fora da área penal, vale sempre a posição da bola.
b) Sendo qualquer jogador:
1. Jogar perigosamente, mesmo sem contato físico com o goleiro, ao tentar tirar a bola
das mãos deste após a mesma ter sido agarrada e estar retida em suas mãos;
2. Quando, sem a posse ou domínio da bola obstruir, intencionalmente, um adversário
correndo entre a bola e o mesmo de maneira a formar um obstáculo às pretensões do
adversário em relação à bola;
3. Obstruir a jogada, prender a bola com os pés ou evitar com o corpo sua
movimentação, estando o jogador caído, exceto se for o goleiro, dentro de sua área
penal;
4. Tocar na bola, em jogo, um jogador que não esteja devidamente equipado, exceção ao
jogador que na disputa da bola perder qualquer equipamento, poderá prosseguir no
lance enquanto estiver de posse da bola;
5. Usar expressão verbal ou vocal para enganar jogador adversário, fingindo ser seu
companheiro de equipe ou acenar com as mãos próximas ao rosto do adversário e
tirado vantagens do lance;
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6. Ficar parado na frente do goleiro adversário com o propósito de obstruir sua visão e
dificultar a sua ação ou movimentos;
7. Permanecer a bola mais de 04 segundos dentro da própria área penal e estando a
mesma em condições de jogo ou de ser jogada, com a clara intenção de retardar o
andamento da partida. A falta pessoal incidirá sobre o último jogador que tenha tocado
na bola quando da caracterização desta infração;
8. Persistir os jogadores, quando de posse de bola, na troca de passes com o deliberado
propósito de ganhar tempo ou retardar o andamento da partida, estejam colocados
dentro ou fora da respectiva área penal;
9. Imobilizar a bola, dentro ou fora de sua área penal, com o domínio dos pés, por mais
de 04 segundos, estando a mesma em condições de ser jogada;
10. Levantar os pés para chutar para trás (bicicleta) ou chutar com o calcanhar e, mesmo
sem intenção, atingir o adversário próximo à jogada ou tentar atingi-lo perigosamente;
11. Praticar qualquer jogada, sem visar o adversário, mas, involuntariamente, atingi-lo ou
tentar atingi-lo perigosamente;
12. Impede que o goleiro lance a bola com as mãos.
PUNIÇÃO
Nas faltas pessoais, a equipe infratora será punida, com a cobrança de um tiro livre indireto a
ser executado, pelo adversário, no local onde ocorreu à infração, se cometida fora da área
penal do infrator. Se cometida dentro da área penal do infrator, o tiro livre indireto deverá ser
executado sobre a linha da área penal e o mais próximo do local onde ocorreu à infração.
Estas faltas não são anotadas como acumulativas para a equipe e serão tiros livres indiretos
durante toda a partida.
FALTAS DISCIPLINARES
Somente podem ser penalizados com cartões amarelos e vermelhos, os jogadores titulares e
reservas.
Os árbitros têm autoridade para tomar medidas disciplinares desde o momento em que
chegam ao local do jogo, até a entrega da súmula na entidade subordinada.
4- Consideram-se faltas disciplinares, cometidas pelos jogadores titulares e reservas, as
infrações abaixo, que devem ser penalizadas da seguinte forma:
a) O jogador será, obrigatoriamente, penalizado com cartão amarelo, se na opinião dos
árbitros, cometer uma das seguintes infrações:
1. Entrar na quadra de jogo para recompor sua equipe antes de transcorridos os 2 (dois)
minutos de expulsão temporária ou de sua equipe ter sofrido um tento;
2. Infringir, persistentemente as regras de jogo;
3. Demonstrar por palavras ou gestos divergências das decisões tomadas pelos árbitros;
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4. Ser culpado por conduta antidesportiva;
5. Trocar o seu número de camisa sem avisar o anotador e o árbitro;
6. Dirigir-se na quadra de jogo, durante a partida, ao árbitro principal, ao árbitro auxiliar,
ao anotador ou ao cronometrista para deles reclamar ou discordar ou, para discutir
com o público;
7. Numa interrupção da partida, propositadamente, impedir, tentar impedir, retardar ou
dificultar o reinicio da partida;
8. Entrar na quadra de jogo para atrapalhar ou impedir a tentativa ou a marcação de um
tento contra sua equipe;
9. Toda a simulação na superfície do jogo, que tenha a finalidade de ludibriar os árbitros
para levar vantagem no lance, deverá ser penalizada como conduta antidesportiva;
10. Abandonar deliberadamente a superfície de jogo sem autorização dos árbitros;
11. Para comemorar um gol, colocar a camisa na cabeça ou retirá-la do corpo ou ainda, faz
gestos provocadores aos adversários ou aos torcedores;
12. Não respeitar a distância regulamentar na cobrança de tiro lateral, de canto, direto,
indireto, livre, arremesso de meta e bola de saída;
13. Agarrar um adversário quer pela camisa, pelo calção ou por qualquer parte do corpo,
acintosamente, com o objetivo de interromper a jogada;
14. Usar deliberada e intencionalmente a mão, cortando a trajetória da bola, com o
objetivo de interromper a jogada, impedindo a passagem da bola evitando o perigo de
gol contra sua equipe;
15. Jogador para comemorar o gol coloca a camisa na cabeça ou retira a camisa do corpo;
b) O jogador será, obrigatoriamente, penalizado com cartão vermelho, se na opinião dos
árbitros, cometer uma das seguintes infrações:
1. For culpado de conduta violenta;
2. For culpado de jogo brusco grave;
3. Empregar linguagem ofensiva, grosseira ou obscena, gesticular de maneira ofensiva;
4. Praticar pela segunda vez infração punível com cartão amarelo de advertência na
mesma partida;
5. Impedir com o uso da mão, intencionalmente, a marcação de um gol contra sua equipe
exceto quando for o goleiro dentro de sua área penal;
6. Lançar uma cusparada em qualquer pessoa;
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7. Cometa uma entrada que ponha em perigo a integridade física de jogador adversário;
8. Se um jogador, conduzindo a bola, dirige-se à meta adversária em condições plenas de
assinalar um tento e, de maneira intencional um adversário, com meios ilegais, impede
que a equipe do jogador atacante assinale o tento.
PUNIÇÃO
Se a partida for interrompida para aplicação de pena disciplinar prevista nesta regra, o reinicio
da mesma dar-se-á com a cobrança de um tiro livre indireto no local onde se encontrava a
bola no momento da paralisação, salvo se esta se encontrava dentro da área penal da equipe
infratora, quando a bola deverá ser colocada sobre a linha da área penal e no local mais
próximo de onde ocorreu à paralisação. A interrupção da partida em hipótese alguma poderá
beneficiar a equipe infratora, devendo o árbitro deixar prosseguir a jogada e, na conclusão do
lance, adotar as medidas disciplinares necessárias, salvo se a bola, quando da infração, estiver
de posse de jogador da equipe infratora. Se na ocorrência da infração a partida estiver
paralisada, o árbitro aplicará, ao infrator, a pena disciplinar prevista nesta regra.
DECISÕES
1. Os árbitros poderão determinar, sem necessidade de prévia advertência, a expulsão do
jogador ou membro da comissão técnica que infringir, acintosamente, qualquer dos
itens desta regra.
2. A expulsão de jogador participante da partida será temporária para a equipe e pelo
tempo de 2 (dois) minutos, após o que a mesma poderá ser recomposta com outro
jogador em seu lugar, podendo ser com a bola em jogo ou fora de jogo. O jogador
expulso estará definitivamente excluído e não poderá retornar nem permanecer no
banco de reservas e proximidades.
3. Quando a equipe em inferioridade numérica, no decurso dos 2 (dois) minutos após a
expulsão, sofra a marcação de um tento, poderá a mesma recompor-se de um atleta
imediatamente. Quando esta equipe marcar um tento, não poderá repor jogador.
4. Estando 2 (dois) jogadores da mesma equipe cumprindo a expulsão temporária e esta
equipe sofrer a marcação de um tento, poderá a equipe recompor-se incluindo um
jogador, sendo que a outra recomposição será efetuada somente depois de decorridos
dois minutos ou a sua equipe sofrer um outro tento.
5. Se 2 (dois) jogadores da mesma equipe forem expulsos ao mesmo tempo, depois de
decorridos os 2 (dois) minutos das expulsões, poderá a equipe recompor-se incluindo
os jogadores na quadra estando a bola em jogo ou fora de jogo.
6. Quando dois jogadores, um de cada equipe, forem expulsos do jogo ao mesmo tempo,
somente poderão ser incluídos outros jogadores em seus lugares, após terem
transcorrido 2 (dois) minutos cronometrados das expulsões. Neste caso se qualquer
uma das equipes sofrer um tento, não poderão repor nenhum jogador.
7. Quando quatro jogadores, dois de cada equipe, forem expulsos do jogo ao mesmo
tempo, somente poderão ser incluídos outros jogadores em seus lugares, após terem
10
transcorrido 2 (dois) minutos cronometrados das expulsões. Neste caso se qualquer
uma das equipes sofrer um tento, não poderão repor nenhum jogador.
8. Quando três jogadores, sendo dois de uma equipe e um da outra equipe, forem
expulsos do jogo ao mesmo tempo, se a equipe que teve dois jogadores expulsos
sofrer um tento, poderá recompor um jogador, sendo que os outros dois jogadores
somente poderão ser incluídos outros em seus lugares, após terem transcorrido 2 (dois)
minutos cronometrados das expulsões, estando a bola em jogo ou fora de jogo. Se a
equipe que teve um jogador expulso sofrer um ou mais tentos, não poderá recompor-se
até completar os 2 (dois) minutos cronometrados, quando então poderá ser incluído
um jogador, com a bola em jogo ou fora de jogo.
9. Os técnicos ou treinadores, massagistas ou atendentes, médicos ou fisioterapeutas,
preparadores físicos e jogadores quando expulsos do jogo ou cumprindo qualquer tipo
de suspensão, quando presentes nos locais dos jogos, deverão se posicionar,
obrigatoriamente, no lado oposto do local onde se encontra o banco de reservas de sua
equipe na quadra de jogo, não sendo permitido qualquer tipo de manifestação. Sendo
inacessível para o público o lado oposto da quadra de jogo, deverão os mesmos se
posicionar atrás das goleiras e não sendo possível poderão se posicionar no lado onde
se encontra o banco de reservas da equipe adversária.
10. Não será permitido o uso de qualquer tipo de aparelho de comunicação, para uso de
qualquer membro da comissão técnica ou jogadores registrados em súmula, bem como
nas proximidades dos bancos de reservas.
11. Um jogador que cometer uma falta passível de cartão amarelo e já sendo o segundo
cartão, se os árbitros derem vantagem no lance e esta equipe sofrer o gol, o jogador
faltoso será expulso e sua equipe poderá colocar imediatamente outro jogador em seu
lugar, tendo em vista que a infração foi cometida antes do gol.
REGRA 13 - TIROS LIVRES
11- Para distinguir o tiro livre indireto, os árbitros erguerão um dos braços sobre a cabeça,
devendo mantê-lo erguido até que o tiro indireto seja executado e a bola seja jogada ou
tocada por outro jogador, toque em uma das traves ou travessão e retorne a quadra, ou
saia da quadra de jogo.
12- Quando for tiro livre direto, os árbitros devem levantar o braço na horizontal, assinalando
a direção em que o tiro livre deve ser cobrado e o dedo índice apontado para o solo e, com
isso indicando que se trata de uma falta acumulativa.
REGRA 14 - FALTAS ACUMULATIVAS
1 - Serão consideradas como Faltas Acumulativas todas as faltas sancionadas com um tiro
livre direto previstos na Regra 12.
2- As primeiras 5 (cinco) faltas acumulativas, de cada equipe, em cada período de jogo,
deverão ser registradas na súmula da partida.
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3- Quando os árbitros derem a lei de vantagem, devem sinalizar imediatamente, levantando o
dedo índice com a mão direita levantada, e com o braço esquerdo indicando o lado da
equipe que cometeu a infração. Logo após a paralisação devem mandar o anotador registrar
uma falta acumulativa.
7- A partir da 6ª falta acumulativa de cada equipe, em cada período de jogo, é vedada a
formação de barreira de jogadores;
c) Se o executor do tiro livre identificado não executar a cobrança e em seu lugar outro
jogador executar a cobrança, deverá ser punido com um tiro indireto contra sua equipe e o
atleta que executou a cobrança punido com cartão amarelo.
d) O goleiro, dentro de sua área penal, deverá respeitar a distância mínima de 5 (cinco)
metros da bola e se ele adiantar-se antes da bola ser movimentada, deverá ser
obrigatoriamente penalizado com cartão amarelo.
8- A partir da 6ª falta acumulativa, a equipe que cometer qualquer infração, desde que seja
tiro direto, na meia quadra adversária ou em qualquer local de sua meia quadra ulterior a
uma linha imaginária, paralela a linha divisória e projetada na marca do tiro livre sem
barreira para as laterais. O árbitro determinará que, para a cobrança dessa falta contra a
equipe infratora, seja a bola colocada na marca dos 10 (dez) metros.
12-Se um jogador da equipe defensora e outro da equipe atacante, invadirem o espaço ao
mesmo tempo, será repetido o lance.
PUNIÇÃO
Por qualquer irregularidade praticada contra esta regra serão adotadas as seguintes medidas:
a) Se, na cobrança de um tiro livre sem direito a formação de barreira, algum jogador da
equipe defensora, invadir o espaço vazio antes que a bola entre em jogo, deve ser
respeitada a lei da vantagem, se for gol os árbitros devem confirmar o gol e se não for gol
devem mandar repetir a cobrança do tiro livre.
b) Se a invasão do espaço vazio ocorrer por jogador da equipe beneficiada com o tiro livre,
antes de a bola entrar em jogo, se for convertido em gol, os árbitros mandarão repetir a
cobrança e se não for convertido em gol, os árbitros interromperão a partida dando posse
de bola para a equipe adversária, que reiniciará a partida com a cobrança de um tiro livre
indireto no local onde se encontrava a bola para a cobrança da infração.
d) Se após a cobrança de um tiro livre sem direito a formação de barreira, o jogador que
executar a cobrança cometer alguma infração, será penalizado com a cobrança de um tiro
livre indireto contra a sua equipe, colocando-se a bola no local onde ocorreu à infração.
REGRA 16 - TIRO LATERAL
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6- Se um jogador executar o tiro lateral contra a sua própria meta, e a bola tocar ou for tocada
por qualquer jogador e penetrar no gol, o tento será válido. Se penetrar no gol diretamente
o gol não será válido. Será cobrado tiro de canto em favor da equipe adversária.
7- Se um jogador executar o tiro lateral contra a meta adversária, e a bola tocar ou for tocada
por qualquer jogador e penetrar no gol, o tento será válido. Se penetrar no gol diretamente
o gol não será válido. Será cobrado arremesso de meta em favor da equipe adversária.
REGRA 17 - ARREMESSO DE META
6- Quando da execução do arremesso de meta, o goleiro não poderá ultrapassar com a mão, a
linha demarcatória da área penal, ainda de posse da bola, podendo ultrapassar parcialmente
ou totalmente com os pés. No arremesso de meta vale sempre a posição da bola.
PUNIÇÃO
a) Se a bola for arremessada de maneira irregular, ou seja, a mão do goleiro ultrapassar a
linha demarcatória da área penal ainda de posse da bola, um tiro livre indireto será
concedido em favor da equipe adversária, com a bola colocada sobre a linha da área e no
ponto mais próximo de onde ocorreu à infração.

Trabalho de Matematica.. Cruz Alta

Sumário



1. Introdução..........................................................................02
1.2 História dos principais esportes.......................................03
2. História do futebol.............................................................03
2.1 Origem do futebol..............................................................03
2.2 História do futebol no Brasil ............................................03
3. História do voleibol............................................................04
3.1 Origem do voleibol.............................................................04
3.2 Primeiros anos do esporte.................................................04
4. Regras principais do futsal...............................................05
4.1 Punição...............................................................................05
4.2 Decisões..............................................................................05
5. Conclusão...........................................................................07


























1. Introdução



Neste trabalho sobre “esportes” queremos desenvolver os assuntos sobre a história do vôlei e também regras e aproveitamento dos esportes futebol e futsal (jogo de quadra), anos que chegam em outros paises, origens, nomes das primeiras pessoas que trouxeram o esporte para o Brasil.
































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1.2 HISTORIA DOS PRINCIPAIS ESPORTES DO MUNDO


2. História do Futebol
O futebol é um dos esportes mais populares no mundo. Praticado em centenas de países, este esporte desperta tanto interesse em função de sua forma de disputa atraente.

2.1 Origem do futebol
Embora não se tenha muita certeza sobre os primórdios do futebol, historiadores descobriram vestígios dos jogos de bola em várias culturas antigas. Estes jogos de bola ainda não eram o futebol, pois não havia a definição de regras como há hoje, porém demonstram o interesse do homem por este tipo de esporte desde os tempos antigos.
O futebol tornou-se tão popular graças a seu jeito simples de jogar. Basta uma bola, equipes de jogadores e as traves, para que, em qualquer espaço, crianças e adultos possam se divertir com o futebol. Na rua, na escola, no clube, no campinho do bairro ou até mesmo no quintal de casa, desde cedo jovens de vários cantos do mundo começam a praticar o futebol.
O inglês Charles Miller: pai do futebol no Brasil

2.2 História do Futebol no BRASIL

Nascido no bairro paulistano do Brás, Charles Miller viajou para Inglaterra aos nove anos de idade para estudar. Lá tomou contato com o futebol e, ao retornar ao Brasil em 1894, trouxe na bagagem a primeira bola de futebol e um conjunto de regras. Podemos considerar Charles Miller como sendo o precursor do futebol no Brasil.O primeiro jogo de futebol no Brasil foi realizados em 15 de abril de 1895 entre funcionários de empresas inglesas que atuavam em São Paulo. Os funcionários também eram de origem inglesa. Este jogo foi entre FUNCIONÁRIOS DA COMPANHIA DE GÁS X CIA. FERROVIARIA SÃO PAULO RAILWAY.O primeiro time a se formar no Brasil foi o SÃO PAULO ATHLETIC, fundado em 13 de maio de 1888.No início, o futebol era praticado apenas por pessoas da elite, sendo vedada a participação de negro em times de futebol.Em 1950, a Copa do Mundo foi realizada no Brasil, sendo que a seleção brasileira perdeu o título, em pleno Maracanã, para a seleção Uruguaia (Uruguai 2 x Brasil 1). Em 2014, a Copa do Mundo de Futebol será realizada novamente no Brasil.
- Comemora-se em 19 de julho o Dia do Futebol.




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3. História do voleibol
O voleibol foi criado nos Estados Unidos, no dia 9 de fevereiro de 1895, pelo diretor de educação física da ACM (Associação Cristã de Moços de Massachusetts)
William George Morgan.

3.1 Origem do voleibol
Ao inventar o voleibol e suas regras, Morgan tinha como objetivo principal a criação de um esporte sem contato físico entre os jogadores. Desta forma, ele pretendia oferecer às pessoas (principalmente aos mais velhos) um esporte em que as lesões físicas, provocadas por choques entre pessoas, seriam raras.

3.2Primeiros anos do esporte
Nos primeiros anos, o voleibol ainda não contava com uma bola específica, sendo praticado com uma câmara da bola de basquete. A rede era improvisada, a mesma usada nas partidas de tênis. Neste período, o esporte era conhecido por Mintonette. Com o passar do tempo, foi ganhando o nome popular de volleyball, que acabou se tornando oficial.
Principais fatos após a invenção do voleibol:
- 1900 - voleibol chega ao Canadá, primeiro país fora dos Estados Unidos
- 1908 - o esporte vai para o continente asiático e começa a ser praticado na China e no Japão
- 1910 - o esporte chega ao Peru, primeiro país da América do Sul a praticar o esporte
- 1942 – morre, aos 72 anos de idade, o criador do voleibol, William George Morgan
- 1947 - fundada na França a FIVB ( Federação Internacional de Voleibol)
- 1949 - realizado o primeiro campeonato mundial masculino na Tchecoslováquia (foi vencido pela Rússia)
- 1951 – realizado o primeiro campeonato sul-americano de voleibol, na cidade do Rio de Janeiro. O Brasil tornou-se campeão masculino e feminino.
- 1952 – realizado o primeiro campeonato mundial feminino
- 1964 – o esporte passa a fazer parte do programa oficial das Olimpíadas, realizadas em Tóquio no Japão








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4. Regras principais do futsal

4.1 PUNIÇÃO
Nas faltas pessoais, a equipe infratora será punida, com a cobrança de um tiro livre indireto a ser executado, pelo adversário, no local onde ocorreu à infração, se cometida fora da área penal do infrator. Se cometida dentro da área penal do infrator, o tiro livre indireto deverá ser executado sobre a linha da área penal e o mais próximo do local onde ocorreu à infração.
Estas faltas não são anotadas como acumulativas para a equipe e serão tiros livres indiretos durante toda a partida.


4.2DECISÕES

a) Os árbitros poderão determinar, sem necessidade de prévia advertência, a expulsão do jogador ou membro da comissão técnica que infringir, acintosamente, qualquer dos itens desta regra.

b) A expulsão de jogador participante da partida será temporária para a equipe e pelo tempo de 2 (dois) minutos, após o que a mesma poderá ser recomposta com outro jogador em seu lugar, podendo ser com a bola em jogo ou fora de jogo. O jogador expulso estará definitivamente excluído e não poderá retornar nem permanecer no banco de reservas e proximidades.

c) Quando a equipe em inferioridade numérica, no decurso dos 2 (dois) minutos após a expulsão, sofra a marcação de um tento, poderá a mesma recompor-se de um atleta imediatamente. Quando esta equipe marcar um tento, não poderá repor jogador.

d) Estando 2 (dois) jogadores da mesma equipe cumprindo a expulsão temporária e esta equipe sofrer a marcação de um tento, poderá a equipe recompor-se incluindo um jogador, sendo que a outra recomposição será efetuada somente depois de decorridos dois minutos ou a sua equipe sofrer um outro tento.

e) Se 2 (dois) jogadores da mesma equipe forem expulsos ao mesmo tempo, depois de decorridos os 2 (dois) minutos das expulsões, poderá a equipe recompor-se incluindo os jogadores na quadra estando a bola em jogo ou fora de jogo.

f) Quando dois jogadores, um de cada equipe, forem expulsos do jogo ao mesmo tempo, somente poderão ser incluídos outros jogadores em seus lugares, após terem transcorrido 2 (dois) minutos cronometrados das expulsões. Neste caso se qualquer uma das equipes sofrer um tento, não poderão repor nenhum jogador.

g) Quando quatro jogadores, dois de cada equipe, forem expulsos do jogo ao mesmo tempo, somente poderão ser incluídos outros jogadores em seus lugares, após terem 10 transcorrido 2 (dois) minutos cronometrados das expulsões. Neste caso se qualquer uma das equipes sofrer um tento, não poderão repor nenhum jogador.
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h) Quando três jogadores, sendo dois de uma equipe e um da outra equipe, forem
expulsos do jogo ao mesmo tempo, se a equipe que teve dois jogadores expulsos
sofrer um tento, poderá recompor um jogador, sendo que os outros dois jogadores
somente poderão ser incluídos outros em seus lugares, após terem transcorrido 2 (dois) minutos cronometrados das expulsões, estando a bola em jogo ou fora de jogo. Se a equipe que teve um jogador expulso sofrer um ou mais tentos, não poderá recompor-se até completar os 2 (dois) minutos cronometrados, quando então poderá ser incluído um jogador, com a bola em jogo ou fora de jogo.

i) Os técnicos ou treinadores, massagistas ou atendentes, médicos ou fisioterapeutas, preparadores físicos e jogadores quando expulsos do jogo ou cumprindo qualquer tipo de suspensão, quando presentes nos locais dos jogos, deverão se posicionar, obrigatoriamente, no lado oposto do local onde se encontra o banco de reservas de sua equipe na quadra de jogo, não sendo permitido qualquer tipo de manifestação. Sendo inacessível para o público o lado oposto da quadra de jogo, deverão os mesmos se posicionar atrás das goleiras e não sendo possível poderão se posicionar no lado onde se encontra o banco de reservas da equipe adversária.

j) Não será permitido o uso de qualquer tipo de aparelho de comunicação, para uso de qualquer membro da comissão técnica ou jogadores registrados em súmula, bem como nas proximidades dos bancos de reservas.

k) Um jogador que cometer uma falta passível de cartão amarelo e já sendo o segundo cartão, se os árbitros derem vantagem no lance e esta equipe sofrer o gol, o jogador faltoso será expulso e sua equipe poderá colocar imediatamente outro jogador em seu lugar, tendo em vista que a infração foi cometida antes do gol.

l) Se a bola for arremessada de maneira irregular, ou seja, a mão do goleiro ultrapassar a linha demarcatória da área penal ainda de posse da bola, um tiro livre indireto ser concedido em favor da equipe adversária, com a bola colocada sobre a linha da área e no ponto mais próximo de onde ocorreu à infração.












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5. Conclusão

Com este trabalho aprendemos muitas coisa, que nós do grupo de esportes não sabia que tinha mudado como regras de futsal e suas modalidades.
E com isso temos muitas palavras que aprendemos e gostaríamos de partilhar com meus professores e colegas.



























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Carta Pero Vaz de Caminha

Senhor,
Posto que o Capitão-mor desta Vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a notícia do achamento desta Vossa terra nova, que se agora nesta navegação achou, não deixarei de também dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que -- para o bem contar e falar -- o saiba pior que todos fazer!
Todavia tome Vossa Alteza minha ignorância por boa vontade, a qual bem certo creia que, para aformosentar nem afear, aqui não há de pôr mais do que aquilo que vi e me pareceu.
Da marinhagem e das singraduras do caminho não darei aqui conta a Vossa Alteza -- porque o não saberei fazer -- e os pilotos devem ter este cuidado.
E portanto, Senhor, do que hei de falar começo:
E digo quê:
A partida de Belém foi -- como Vossa Alteza sabe, segunda-feira 9 de março. E sábado, 14 do dito mês, entre as 8 e 9 horas, nos achamos entre as Canárias, mais perto da Grande Canária. E ali andamos todo aquele dia em calma, à vista delas, obra de três a quatro léguas. E domingo, 22 do dito mês, às dez horas mais ou menos, houvemos vista das ilhas de Cabo Verde, a saber da ilha de São Nicolau, segundo o dito de Pero Escolar, piloto.
Na noite seguinte à segunda-feira amanheceu, se perdeu da frota Vasco de Ataíde com a sua nau, sem haver tempo forte ou contrário para poder ser !
Fez o capitão suas diligências para o achar, em umas e outras partes. Mas... não apareceu mais !
E assim seguimos nosso caminho, por este mar de longo, até que terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, topamos alguns sinais de terra, estando da dita Ilha -- segundo os pilotos diziam, obra de 660 ou 670 léguas -- os quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, e assim mesmo outras a que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam furabuchos.
Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande monte, muito alto e redondo; e de outras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de O Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz!
Mandou lançar o prumo. Acharam vinte e cinco braças. E ao sol-posto umas seis léguas da terra, lançamos ancoras, em dezenove braças -- ancoragem limpa. Ali ficamo-nos toda aquela noite. E quinta-feira, pela manhã, fizemos vela e seguimos em direitura à terra, indo os navios pequenos diante -- por dezessete, dezesseis, quinze, catorze, doze, nove braças -- até meia légua da terra, onde todos lançamos ancoras, em frente da boca de um rio. E chegaríamos a esta ancoragem às dez horas, pouco mais ou menos.
E dali avistamos homens que andavam pela praia, uns sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos que chegaram primeiro.
Então lançamos fora os batéis e esquifes. E logo vieram todos os capitães das naus a esta nau do Capitão-mor. E ali falaram. E o Capitão mandou em terra a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou a ir-se para lá, acudiram pela praia homens aos dois e aos três, de maneira que, quando o batel chegou à boca do rio, já lá estavam dezoito ou vinte.
Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente em direção ao batel. E Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os depuseram. Mas não pôde deles haver fala nem entendimento que aproveitasse, por o mar quebrar na costa. Somente arremessou-lhe um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça, e um sombreiro preto. E um deles lhe arremessou um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas, como de papagaio. E outro lhe deu um ramal grande de continhas brancas, miúdas que querem parecer de aljôfar, as quais peças creio que o Capitão manda a Vossa Alteza. E com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar.
À noite seguinte ventou tanto sueste com chuvaceiros que fez caçar as naus. E especialmente a Capitanisol-postoa. E sexta pela manhã, às oito horas, pouco mais ou menos, por conselho dos pilotos, mandou o Capitão levantar ancoras e fazer vela. E fomos de longo da costa, com os batéis e esquifes amarrados na popa, em direção norte, para ver se achávamos alguma abrigada e bom pouso, onde nós ficássemos, para tomar água e lenha. Não por nos já minguar, mas por nos prevenirmos aqui. E quando fizemos vela estariam já na praia assentados perto do rio obra de sessenta ou setenta homens que se haviam juntado ali aos poucos. Fomos ao longo, e mandou o Capitão aos navios pequenos que fossem mais chegados à terra e, se achassem pouso seguro para as naus, que amainassem.
E velejando nós pela costa, na distância de dez léguas do sítio onde tínhamos levantado ferro, acharam os ditos navios pequenos um recife com um porto dentro, muito bom e muito seguro, com uma mui larga entrada. E meteram-se dentro e amainaram. E as naus foram-se chegando, atrás deles. E um pouco antes de sol-posto amainaram também, talvez a uma légua do recife, e ancoraram a onze braças.
E estando Afonso Lopez, nosso piloto, em um daqueles navios pequenos, foi, por mandado do Capitão, por ser homem vivo e destro para isso, meter-se logo no esquife a sondar o porto dentro. E tomou dois daqueles homens da terra que estavam numa almadia: mancebos e de bons corpos. Um deles trazia um arco, e seis ou sete setas. E na praia andavam muitos com seus arcos e setas; mas não os aproveitou. Logo, já de noite, levou-os à Capitaina, onde foram recebidos com muito prazer e festa.
A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita a modo de roque de xadrez. E trazem-no ali encaixado de sorte que não os magoa, nem lhes põe estorvo no falar, nem no comer e beber.
Os cabelos deles são corredios. E andavam tosquiados, de tosquia alta antes do que sobre-pente, de boa grandeza, rapados todavia por cima das orelhas. E um deles trazia por baixo da solapa, de fonte a fonte, na parte detrás, uma espécie de cabeleira, de penas de ave amarela, que seria do comprimento de um coto, mui basta e mui cerrada, que lhe cobria o toutiço e as orelhas. E andava pegada aos cabelos, pena por pena, com uma confeição branda como, de maneira tal que a cabeleira era mui redonda e mui basta, e mui igual, e não fazia míngua mais lavagem para a levantar.
O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, aos pés uma alcatifa por estrado; e bem vestido, com um colar de ouro, mui grande, ao pescoço. E Sancho de Tovar, e Simão de Miranda, e Nicolau Coelho, e Aires Corrêa, e nós outros que aqui na nau com ele íamos, sentados no chão, nessa alcatifa. Acenderam-se tochas. E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao Capitão; nem a alguém. Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. E também olhou para um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal, como se lá também houvesse prata!
Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali.
Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele.
Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados.
Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora.
Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais.
Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um o seu bochecho, mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na fora.
Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo.
Isto tomávamos nós nesse sentido, por assim o desejarmos! Mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto não queríamos nós entender, por que lho não havíamos de dar! E depois tornou as contas a quem lhas dera. E então estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir sem procurarem maneiras de encobrir suas vergonhas, as quais não eram fanadas; e as cabeleiras delas estavam bem rapadas e feitas.
O Capitão mandou pôr por baixo da cabeça de cada um seu coxim; e o da cabeleira esforçava-se por não a estragar. E deitaram um manto por cima deles; e consentindo, aconchegaram-se e adormeceram.
Sábado pela manhã mandou o Capitão fazer vela, fomos demandar a entrada, a qual era mui larga e tinha seis a sete braças de fundo. E entraram todas as naus dentro, e ancoraram em cinco ou seis braças -- ancoradouro que é tão grande e tão formoso de dentro, e tão seguro que podem ficar nele mais de duzentos navios e naus. E tanto que as naus foram distribuídas e ancoradas, vieram os capitães todos a esta nau do Capitão-mor. E daqui mandou o Capitão que Nicolau Coelho e Bartolomeu Dias fossem em terra e levassem aqueles dois homens, e os deixassem ir com seu arco e setas, aos quais mandou dar a cada um uma camisa nova e uma carapuça vermelha e um rosário de contas brancas de osso, que foram levando nos braços, e um cascavel e uma campainha. E mandou com eles, para lá ficar, um mancebo degredado, criado de dom João Telo, de nome Afonso Ribeiro, para lá andar com eles e saber de seu viver e maneiras. E a mim mandou que fosse com Nicolau Coelho. Fomos assim de frecha direitos à praia. Ali acudiram logo perto de duzentos homens, todos nus, com arcos e setas nas mãos. Aqueles que nós levamos acenaram-lhes que se afastassem e depusessem os arcos. E eles os depuseram. Mas não se afastaram muito. E mal tinham pousado seus arcos quando saíram os que nós levávamos, e o mancebo degredado com eles. E saídos não pararam mais; nem esperavam um pelo outro, mas antes corriam a quem mais correria. E passaram um rio que aí corre, de água doce, de muita água que lhes dava pela braga. E muitos outros com eles. E foram assim correndo para além do rio entre umas moitas de palmeiras onde estavam outros. E ali pararam. E naquilo tinha ido o degredado com um homem que, logo ao sair do batel, o agasalhou e levou até lá. Mas logo o tornaram a nós. E com ele vieram os outros que nós leváramos, os quais vinham já nus e sem carapuças.
E então se começaram de chegar muitos; e entravam pela beira do mar para os batéis, até que mais não podiam. E traziam cabaças d'água, e tomavam alguns barris que nós levávamos e enchiam-nos de água e traziam-nos aos batéis. Não que eles de todo chegassem a bordo do batel. Mas junto a ele, lançavam-nos da mão. E nós tomávamo-los. E pediam que lhes dessem alguma coisa.
Levava Nicolau Coelho cascavéis e manilhas. E a uns dava um cascavel, e a outros uma manilha, de maneira que com aquela encarna quase que nos queriam dar a mão. Davam-nos daqueles arcos e setas em troca de sombreiros e carapuças de linho, e de qualquer coisa que a gente lhes queria dar.
Dali se partiram os outros, dois mancebos, que não os vimos mais.
Dos que ali andavam, muitos -- quase a maior parte --traziam aqueles bicos de osso nos beiços.
E alguns, que andavam sem eles, traziam os beiços furados e nos buracos traziam uns espelhos de pau, que pareciam espelhos de borracha. E alguns deles traziam três daqueles bicos, a saber um no meio, e os dois nos cabos.
E andavam lá outros, quartejados de cores, a saber metade deles da sua própria cor, e metade de tintura preta, um tanto azulada; e outros quartejados d'escaques.
Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem novinhas e gentis, com cabelos muito pretos e compridos pelas costas; e suas vergonhas, tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as nós muito bem olharmos, não se envergonhavam.
Ali por então não houve mais fala ou entendimento com eles, por a barbaria deles ser tamanha que se não entendia nem ouvia ninguém. Acenamos-lhes que se fossem. E assim o fizeram e passaram-se para além do rio. E saíram três ou quatro homens nossos dos batéis, e encheram não sei quantos barris d'água que nós levávamos. E tornamo-nos às naus. E quando assim vínhamos, acenaram-nos que voltássemos. Voltamos, e eles mandaram o degredado e não quiseram que ficasse lá com eles, o qual levava uma bacia pequena e duas ou três carapuças vermelhas para lá as dar ao senhor, se o lá houvesse. Não trataram de lhe tirar coisa alguma, antes mandaram-no com tudo. Mas então Bartolomeu Dias o fez outra vez tornar, que lhe desse aquilo. E ele tornou e deu aquilo, em vista de nós, a aquele que o da primeira agasalhara. E então veio-se, e nós levamo-lo.
Esse que o agasalhou era já de idade, e andava por galanteria, cheio de penas, pegadas pelo corpo, que parecia seteado como São Sebastião. Outros traziam carapuças de penas amarelas; e outros, de vermelhas; e outros de verdes. E uma daquelas moças era toda tingida de baixo a cima, daquela tintura e certo era tão bem feita e tão redonda, e sua vergonha tão graciosa que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhe tais feições envergonhara, por não terem as suas como ela. Nenhum deles era fanado, mas todos assim como nós.
E com isto nos tornamos, e eles foram-se.
À tarde saiu o Capitão-mor em seu batel com todos nós outros capitães das naus em seus batéis a folgar pela baía, perto da praia. Mas ninguém saiu em terra, por o Capitão o não querer, apesar de ninguém estar nela. Apenas saiu -- ele com todos nós -- em um ilhéu grande que está na baía, o qual, aquando baixamar, fica mui vazio. Com tudo está de todas as partes cercado de água, de sorte que ninguém lá pode ir, a não ser de barco ou a nado. Ali folgou ele, e todos nós, bem uma hora e meia. E pescaram lá, andando alguns marinheiros com um chinchorro; e mataram peixe miúdo, não muito. E depois volvemo-nos às naus, já bem noite.
Ao domingo de Pascoela pela manhã, determinou o Capitão ir ouvir missa e sermão naquele ilhéu. E mandou a todos os capitães que se arranjassem nos batéis e fossem com ele. E assim foi feito. Mandou armar um pavilhão naquele ilhéu, e dentro levantar um altar mui bem arranjado. E ali com todos nós outros fez dizer missa, a qual disse o padre frei Henrique, em voz entoada, e oficiada com aquela mesma voz pelos outros padres e sacerdotes que todos assistiram, a qual missa, segundo meu parecer, foi ouvida por todos com muito prazer e devoção.
Ali estava com o Capitão a bandeira de Cristo, com que saíra de Belém, a qual esteve sempre bem alta, da parte do Evangelho.
Acabada a missa, desvestiu-se o padre e subiu a uma cadeira alta; e nós todos lançados por essa areia. E pregou uma solene e proveitosa pregação, da história evangélica; e no fim tratou da nossa vida, e do achamento desta terra, referindo-se à Cruz, sob cuja obediência viemos, que veio muito a propósito, e fez muita devoção.
Enquanto assistimos à missa e ao sermão, estaria na praia outra tanta gente, pouco mais ou menos, como a de ontem, com seus arcos e setas, e andava folgando. E olhando-nos, sentaram. E depois de acabada a missa, quando nós sentados atendíamos a pregação, levantaram-se muitos deles e tangeram corno ou buzina e começaram a saltar e dançar um pedaço. E alguns deles se metiam em almadias -- duas ou três que lá tinham -- as quais não são feitas como as que eu vi; apenas são três traves, atadas juntas. E ali se metiam quatro ou cinco, ou esses que queriam, não se afastando quase nada da terra, só até onde podiam tomar pé.
Acabada a pregação encaminhou-se o Capitão, com todos nós, para os batéis, com nossa bandeira alta. Embarcamos e fomos indo todos em direção à terra para passarmos ao longo por onde eles estavam, indo na dianteira, por ordem do Capitão, Bartolomeu Dias em seu esquife, com um pau de uma almadia que lhes o mar levara, para o entregar a eles. E nós todos trás dele, a distância de um tiro de pedra.
Como viram o esquife de Bartolomeu Dias, chegaram-se logo todos à água, metendo-se nela até onde mais podiam. Acenaram-lhes que pousassem os arcos e muitos deles os iam logo pôr em terra; e outros não os punham.
Andava lá um que falava muito aos outros, que se afastassem. Mas não já que a mim me parecesse que lhe tinham respeito ou medo. Este que os assim andava afastando trazia seu arco e setas. Estava tinto de tintura vermelha pelos peitos e costas e pelos quadris, coxas e pernas até baixo, mas os vazios com a barriga e estômago eram de sua própria cor. E a tintura era tão vermelha que a água lha não comia nem desfazia. Antes, quando saía da água, era mais vermelho. Saiu um homem do esquife de Bartolomeu Dias e andava no meio deles, sem implicarem nada com ele, e muito menos ainda pensavam em fazer-lhe mal. Apenas lhe davam cabaças d'água; e acenavam aos do esquife que saíssem em terra. Com isto se volveu Bartolomeu Dias ao Capitão. E viemo-nos às naus, a comer, tangendo trombetas e gaitas, sem os mais constranger. E eles tornaram-se a sentar na praia, e assim por então ficaram.
Neste ilhéu, onde fomos ouvir missa e sermão, espraia muito a água e descobre muita areia e muito cascalho. Enquanto lá estávamos foram alguns buscar marisco e não no acharam. Mas acharam alguns camarões grossos e curtos, entre os quais vinha um muito grande e muito grosso; que em nenhum tempo o vi tamanho. Também acharam cascas de berbigões e de amêijoas, mas não toparam com nenhuma peça inteira. E depois de termos comido vieram logo todos os capitães a esta nau, por ordem do Capitão-mor, com os quais ele se aportou; e eu na companhia. E perguntou a todos se nos parecia bem mandar a nova do achamento desta terra a Vossa Alteza pelo navio dos mantimentos, para a melhor mandar descobrir e saber dela mais do que nós podíamos saber, por irmos na nossa viagem.
E entre muitas falas que sobre o caso se fizeram foi dito, por todos ou a maior parte, que seria muito bem. E nisto concordaram. E logo que a resolução foi tomada, perguntou mais, se seria bem tomar aqui por força um par destes homens para os mandar a Vossa Alteza, deixando aqui em lugar deles outros dois destes degredados.
E concordaram em que não era necessário tomar por força homens, porque costume era dos que assim à força levavam para alguma parte dizerem que há de tudo quanto lhes perguntam; e que melhor e muito melhor informação da terra dariam dois homens desses degredados que aqui deixássemos do que eles dariam se os levassem por ser gente que ninguém entende. Nem eles cedo aprenderiam a falar para o saberem tão bem dizer que muito melhor estoutros o não digam quando cá Vossa Alteza mandar.
E que portanto não cuidássemos de aqui por força tomar ninguém, nem fazer escândalo; mas sim, para os de todo amansar e apaziguar, unicamente de deixar aqui os dois degredados quando daqui partíssemos.
E assim ficou determinado por parecer melhor a todos.
Acabado isto, disse o Capitão que fôssemos nos batéis em terra. E ver-se-ia bem, quejando era o rio. Mas também para folgarmos.
Fomos todos nos batéis em terra, armados; e a bandeira conosco. Eles andavam ali na praia, à boca do rio, para onde nós íamos; e, antes que chegássemos, pelo ensino que dantes tinham, puseram todos os arcos, e acenaram que saíssemos. Mas, tanto que os batéis puseram as proas em terra, passaram-se logo todos além do rio, o qual não é mais ancho que um jogo de mancal. E tanto que desembarcamos, alguns dos nossos passaram logo o rio, e meteram-se entre eles. E alguns aguardavam; e outros se afastavam. Com tudo, a coisa era de maneira que todos andavam misturados. Eles davam desses arcos com suas setas por sombreiros e carapuças de linho, e por qualquer coisa que lhes davam. Passaram além tantos dos nossos e andaram assim misturados com eles, que eles se esquivavam, e afastavam-se; e iam alguns para cima, onde outros estavam. E então o Capitão fez que o tomassem ao colo dois homens e passou o rio, e fez tornar a todos. A gente que ali estava não seria mais que aquela do costume. Mas logo que o Capitão chamou todos para trás, alguns se chegaram a ele, não por o reconhecerem por Senhor, mas porque a gente, nossa, já passava para aquém do rio. Ali falavam e traziam muitos arcos e continhas, daquelas já ditas, e resgatavam-nas por qualquer coisa, de tal maneira que os nossos levavam dali para as naus muitos arcos, e setas e contas.
E então tornou-se o Capitão para aquém do rio. E logo acudiram muitos à beira dele.
Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma.
Também andava lá outra mulher, nova, com um menino ou menina, atado com um pano aos peitos, de modo que não se lhe viam senão as perninhas. Mas nas pernas da mãe, e no resto, não havia pano algum.
Em seguida o Capitão foi subindo ao longo do rio, que corre rente à praia. E ali esperou por um velho que trazia na mão uma pá de almadia. Falou, enquanto o Capitão estava com ele, na presença de todos nós; mas ninguém o entendia, nem ele a nós, por mais coisas que a gente lhe perguntava com respeito a ouro, porque desejávamos saber se o havia na terra.
Trazia este velho o beiço tão furado que lhe cabia pelo buraco um grosso dedo polegar. E trazia metido no buraco uma pedra verde, de nenhum valor, que fechava por fora aquele buraco. E o Capitão lha fez tirar. E ele não sei que diabo falava e ia com ela para a boca do Capitão para lha meter. Estivemos rindo um pouco e dizendo chalaças sobre isso. E então enfadou-se o Capitão, e deixou-o. E um dos nossos deu-lhe pela pedra um sombreiro velho; não por ela valer alguma coisa, mas para amostra. E depois houve-a o Capitão, creio, para mandar com as outras coisas a Vossa Alteza.
Andamos por aí vendo o ribeiro, o qual é de muita água e muito boa. Ao longo dele há muitas palmeiras, não muito altas; e muito bons palmitos. Colhemos e comemos muitos deles.
Depois tornou-se o Capitão para baixo para a boca do rio, onde tínhamos desembarcado.
E além do rio andavam muitos deles dançando e folgando, uns diante os outros, sem se tomarem pelas mãos. E faziam-no bem. Passou-se então para a outra banda do rio Diogo Dias, que fora almoxarife de Sacavém, o qual é homem gracioso e de prazer. E levou consigo um gaiteiro nosso com sua gaita. E meteu-se a dançar com eles, tomando-os pelas mãos; e eles folgavam e riam e andavam com ele muito bem ao som da gaita. Depois de dançarem fez ali muitas voltas ligeiras, andando no chão, e salto real, de que se eles espantavam e riam e folgavam muito. E conquanto com aquilo os segurou e afagou muito, tomavam logo uma esquiveza como de animais monteses, e foram-se para cima.
E então passou o rio o Capitão com todos nós, e fomos pela praia, de longo, ao passo que os batéis iam rentes à terra. E chegamos a uma grande lagoa de água doce que está perto da praia, porque toda aquela ribeira do mar é apaulada por cima e sai a água por muitos lugares.
E depois de passarmos o rio, foram uns sete ou oito deles meter-se entre os marinheiros que se recolhiam aos batéis. E levaram dali um tubarão que Bartolomeu Dias matou. E levavam-lho; e lançou-o na praia.
Bastará que até aqui, como quer que se lhes em alguma parte amansassem, logo de uma mão para outra se esquivavam, como pardais do cevadouro. Ninguém não lhes ousa falar de rijo para não se esquivarem mais. E tudo se passa como eles querem -- para os bem amansarmos !
Ao velho com quem o Capitão havia falado, deu-lhe uma carapuça vermelha. E com toda a conversa que com ele houve, e com a carapuça que lhe deu tanto que se despediu e começou a passar o rio, foi-se logo recatando. E não quis mais tornar do rio para aquém. Os outros dois o Capitão teve nas naus, aos quais deu o que já ficou dito, nunca mais aqui apareceram -- fatos de que deduzo que é gente bestial e de pouco saber, e por isso tão esquiva. Mas apesar de tudo isso andam bem curados, e muito limpos. E naquilo ainda mais me convenço que são como aves, ou alimárias montesinhas, as quais o ar faz melhores penas e melhor cabelo que às mansas, porque os seus corpos são tão limpos e tão gordos e tão formosos que não pode ser mais! E isto me faz presumir que não tem casas nem moradias em que se recolham; e o ar em que se criam os faz tais. Nós pelo menos não vimos até agora nenhumas casas, nem coisa que se pareça com elas.
Mandou o Capitão aquele degredado, Afonso Ribeiro, que se fosse outra vez com eles. E foi; e andou lá um bom pedaço, mas a tarde regressou, que o fizeram eles vir: e não o quiseram lá consentir. E deram-lhe arcos e setas; e não lhe tomaram nada do seu. Antes, disse ele, que lhe tomara um deles umas continhas amarelas que levava e fugia com elas, e ele se queixou e os outros foram logo após ele, e lhas tomaram e tornaram-lhas a dar; e então mandaram-no vir. Disse que não vira lá entre eles senão umas choupaninhas de rama verde e de feteiras muito grandes, como as de Entre-Douro-e-Minho. E assim nos tornamos às naus, já quase noite, a dormir.
Segunda-feira, depois de comer, saímos todos em terra a tomar água. Ali vieram então muitos; mas não tantos como as outras vezes. E traziam já muito poucos arcos. E estiveram um pouco afastados de nós; mas depois pouco a pouco misturaram-se conosco; e abraçavam-nos e folgavam; mas alguns deles se esquivavam logo. Ali davam alguns arcos por folhas de papel e por alguma carapucinha velha e por qualquer coisa. E de tal maneira se passou a coisa que bem vinte ou trinta pessoas das nossas se foram com eles para onde outros muitos deles estavam com moças e mulheres. E trouxeram de lá muitos arcos e barretes de penas de aves, uns verdes, outros amarelos, dos quais creio que o Capitão há de mandar uma amostra a Vossa Alteza.
E segundo diziam esses que lá tinham ido, brincaram com eles. Neste dia os vimos mais de perto e mais à nossa vontade, por andarmos quase todos misturados: uns andavam quartejados daquelas tinturas, outros de metades, outros de tanta feição como em pano de ras, e todos com os beiços furados, muitos com os ossos neles, e bastantes sem ossos. Alguns traziam uns ouriços verdes, de árvores, que na cor queriam parecer de castanheiras, embora fossem muito mais pequenos. E estavam cheios de uns grãos vermelhos, pequeninos que, esmagando-se entre os dedos, se desfaziam na tinta muito vermelha de que andavam tingidos. E quanto mais se molhavam, tanto mais vermelhos ficavam.
Todos andam rapados até por cima das orelhas; assim mesmo de sobrancelhas e pestanas.
Trazem todos as testas, de fonte a fonte, tintas de tintura preta, que parece uma fita preta da largura de dois dedos.
E o Capitão mandou aquele degredado Afonso Ribeiro e a outros dois degredados que fossem meter-se entre eles; e assim mesmo a Diogo Dias, por ser homem alegre, com que eles folgavam. E aos degredados ordenou que ficassem lá esta noite.
Foram-se lá todos; e andaram entre eles. E segundo depois diziam, foram bem uma légua e meia a uma povoação, em que haveria nove ou dez casas, as quais diziam que eram tão compridas, cada uma, como esta nau capitaina. E eram de madeira, e das ilhargas de tábuas, e cobertas de palha, de razoável altura; e todas de um só espaço, sem repartição alguma, tinham de dentro muitos esteios; e de esteio a esteio uma rede atada com cabos em cada esteio, altas, em que dormiam. E de baixo, para se aquentarem, faziam seus fogos. E tinha cada casa duas portas pequenas, uma numa extremidade, e outra na oposta. E diziam que em cada casa se recolhiam trinta ou quarenta pessoas, e que assim os encontraram; e que lhes deram de comer dos alimentos que tinham, a saber muito inhame, e outras sementes que na terra dá, que eles comem. E como se fazia tarde fizeram-nos logo todos tornar; e não quiseram que lá ficasse nenhum. E ainda, segundo diziam, queriam vir com eles. Resgataram lá por cascavéis e outras coisinhas de pouco valor, que levavam, papagaios vermelhos, muito grandes e formosos, e dois verdes pequeninos, e carapuças de penas verdes, e um pano de penas de muitas cores, espécie de tecido assaz belo, segundo Vossa Alteza todas estas coisas verá, porque o Capitão vô-las há de mandar, segundo ele disse. E com isto vieram; e nós tornamo-nos às naus.
Terça-feira, depois de comer, fomos em terra, fazer lenha, e para lavar roupa. Estavam na praia, quando chegamos, uns sessenta ou setenta, sem arcos e sem nada. Tanto que chegamos, vieram logo para nós, sem se esquivarem. E depois acudiram muitos, que seriam bem duzentos, todos sem arcos. E misturaram-se todos tanto conosco que uns nos ajudavam a acarretar lenha e metê-las nos batéis. E lutavam com os nossos, e tomavam com prazer. E enquanto fazíamos a lenha, construíam dois carpinteiros uma grande cruz de um pau que se ontem para isso cortara. Muitos deles vinham ali estar com os carpinteiros. E creio que o faziam mais para verem a ferramenta de ferro com que a faziam do que para verem a cruz, porque eles não tem coisa que de ferro seja, e cortam sua madeira e paus com pedras feitas como cunhas, metidas em um pau entre duas talas, mui bem atadas e por tal maneira que andam fortes, porque lhas viram lá. Era já a conversação deles conosco tanta que quase nos estorvavam no que havíamos de fazer.
E o Capitão mandou a dois degredados e a Diogo Dias que fossem lá à aldeia e que de modo algum viessem a dormir às naus, ainda que os mandassem embora. E assim se foram.
Enquanto andávamos nessa mata a cortar lenha, atravessavam alguns papagaios essas árvores; verdes uns, e pardos, outros, grandes e pequenos, de sorte que me parece que haverá muitos nesta terra. Todavia os que vi não seriam mais que nove ou dez, quando muito. Outras aves não vimos então, a não ser algumas pombas-seixeiras, e pareceram-me maiores bastante do que as de Portugal. Vários diziam que viram rolas, mas eu não as vi. Todavia segundo os arvoredos são mui muitos e grandes, e de infinitas espécies, não duvido que por esse sertão haja muitas aves!
E cerca da noite nós volvemos para as naus com nossa lenha.
Eu creio, Senhor, que não dei ainda conta aqui a Vossa Alteza do feitio de seus arcos e setas. Os arcos são pretos e compridos, e as setas compridas; e os ferros delas são canas aparadas, conforme Vossa Alteza verá alguns que creio que o Capitão a Ela há de enviar.
Quarta-feira não fomos em terra, porque o Capitão andou todo o dia no navio dos mantimentos a despejá-lo e fazer levar às naus isso que cada um podia levar. Eles acudiram à praia, muitos, segundo das naus vimos. Seriam perto de trezentos, segundo Sancho de Tovar que para lá foi. Diogo Dias e Afonso Ribeiro, o degredado, aos quais o Capitão ontem ordenara que de toda maneira lá dormissem, tinham voltado já de noite, por eles não quererem que lá ficassem. E traziam papagaios verdes; e outras aves pretas, quase como pegas, com a diferença de terem o bico branco e rabos curtos. E quando Sancho de Tovar recolheu à nau, queriam vir com ele, alguns; mas ele não admitiu senão dois mancebos, bem dispostos e homens de prol. Mandou pensar e curá-los mui bem essa noite. E comeram toda a ração que lhes deram, e mandou dar-lhes cama de lençóis, segundo ele disse. E dormiram e folgaram aquela noite. E não houve mais este dia que para escrever seja.
Quinta-feira, derradeiro de abril, comemos logo, quase pela manhã, e fomos em terra por mais lenha e água. E em querendo o Capitão sair desta nau, chegou Sancho de Tovar com seus dois hóspedes. E por ele ainda não ter comido, puseram-lhe toalhas, e veio-lhe comida. E comeu. Os hóspedes, sentaram-no cada um em sua cadeira. E de tudo quanto lhes deram, comeram mui bem, especialmente lacão cozido frio, e arroz. Não lhes deram vinho por Sancho de Tovar dizer que o não bebiam bem.
Acabado o comer, metemo-nos todos no batel, e eles conosco. Deu um grumete a um deles uma armadura grande de porco montês, bem revolta. E logo que a tomou meteu-a no beiço; e porque se lhe não queria segurar, deram-lhe uma pouca de cera vermelha. E ele ajeitou-lhe seu adereço da parte de trás de sorte que segurasse, e meteu-a no beiço, assim revolta para cima; e ia tão contente com ela, como se tivesse uma grande jóia. E tanto que saímos em terra, foi-se logo com ela. E não tornou a aparecer lá.
Andariam na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e de aí a pouco começaram a vir. E parece-me que viriam este dia a praia quatrocentos ou quatrocentos e cinqüenta. Alguns deles traziam arcos e setas; e deram tudo em troca de carapuças e por qualquer coisa que lhes davam. Comiam conosco do que lhes dávamos, e alguns deles bebiam vinho, ao passo que outros o não podiam beber. Mas quer-me parecer que, se os acostumarem, o hão de beber de boa vontade! Andavam todos tão bem dispostos e tão bem feitos e galantes com suas pinturas que agradavam. Acarretavam dessa lenha quanta podiam, com mil boas vontades, e levavam-na aos batéis. E estavam já mais mansos e seguros entre nós do que nós estávamos entre eles.
Foi o Capitão com alguns de nós um pedaço por este arvoredo até um ribeiro grande, e de muita água, que ao nosso parecer é o mesmo que vem ter à praia, em que nós tomamos água. Ali descansamos um pedaço, bebendo e folgando, ao longo dele, entre esse arvoredo que é tanto e tamanho e tão basto e de tanta qualidade de folhagem que não se pode calcular. Há lá muitas palmeiras, de que colhemos muitos e bons palmitos.
Ao sairmos do batel, disse o Capitão que seria bom irmos em direitura à cruz que estava encostada a uma árvore, junto ao rio, a fim de ser colocada amanhã, sexta-feira, e que nos puséssemos todos de joelhos e a beijássemos para eles verem o acatamento que lhe tínhamos. E assim fizemos. E a esses dez ou doze que lá estavam, acenaram-lhes que fizessem o mesmo; e logo foram todos beijá-la.
Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma, segundo as aparências. E portanto se os degredados que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa tenção de Vossa Alteza, se farão cristãos e hão de crer na nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque certamente esta gente é boa e de bela simplicidade. E imprimir-se-á facilmente neles qualquer cunho que lhe quiserem dar, uma vez que Nosso Senhor lhes deu bons corpos e bons rostos, como a homens bons. E o Ele nos para aqui trazer creio que não foi sem causa. E portanto Vossa Alteza, pois tanto deseja acrescentar a santa fé católica, deve cuidar da salvação deles. E prazerá a Deus que com pouco trabalho seja assim!
Eles não lavram nem criam. Nem há aqui boi ou vaca, cabra, ovelha ou galinha, ou qualquer outro animal que esteja acostumado ao viver do homem. E não comem senão deste inhame, de que aqui há muito, e dessas sementes e frutos que a terra e as árvores de si deitam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos.
Nesse dia, enquanto ali andavam, dançaram e bailaram sempre com os nossos, ao som de um tamboril nosso, como se fossem mais amigos nossos do que nós seus. Se lhes a gente acenava, se queriam vir às naus, aprontavam-se logo para isso, de modo tal, que se os convidáramos a todos, todos vieram. Porém não levamos esta noite às naus senão quatro ou cinco; a saber, o Capitão-mor, dois; e Simão de Miranda, um que já trazia por pajem; e Aires Gomes a outro, pajem também. Os que o Capitão trazia, era um deles um dos seus hóspedes que lhe haviam trazido a primeira vez quando aqui chegamos -- o qual veio hoje aqui vestido na sua camisa, e com ele um seu irmão; e foram esta noite mui bem agasalhados tanto de comida como de cama, de colchões e lençóis, para os mais amansar.
E hoje que é sexta-feira, primeiro dia de maio, pela manhã, saímos em terra com nossa bandeira; e fomos desembarcar acima do rio, contra o sul onde nos pareceu que seria melhor arvorar a cruz, para melhor ser vista. E ali marcou o Capitão o sítio onde haviam de fazer a cova para a fincar. E enquanto a iam abrindo, ele com todos nós outros fomos pela cruz, rio abaixo onde ela estava. E com os religiosos e sacerdotes que cantavam, à frente, fomos trazendo-a dali, a modo de procissão. Eram já aí quantidade deles, uns setenta ou oitenta; e quando nos assim viram chegar, alguns se foram meter debaixo dela, ajudar-nos. Passamos o rio, ao longo da praia; e fomos colocá-la onde havia de ficar, que será obra de dois tiros de besta do rio. Andando-se ali nisto, viriam bem cento cinqüenta, ou mais. Plantada a cruz, com as armas e a divisa de Vossa Alteza, que primeiro lhe haviam pregado, armaram altar ao pé dela. Ali disse missa o padre frei Henrique, a qual foi cantada e oficiada por esses já ditos. Ali estiveram conosco, a ela, perto de cinqüenta ou sessenta deles, assentados todos de joelho assim como nós. E quando se veio ao Evangelho, que nos erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles se levantaram conosco, e alçaram as mãos, estando assim até se chegar ao fim; e então tornaram-se a assentar, como nós. E quando levantaram a Deus, que nos pusemos de joelhos, eles se puseram assim como nós estávamos, com as mãos levantadas, e em tal maneira sossegados que certifico a Vossa Alteza que nos fez muita devoção.
Estiveram assim conosco até acabada a comunhão; e depois da comunhão, comungaram esses religiosos e sacerdotes; e o Capitão com alguns de nós outros. E alguns deles, por o Sol ser grande, levantaram-se enquanto estávamos comungando, e outros estiveram e ficaram. Um deles, homem de cinqüenta ou cinqüenta e cinco anos, se conservou ali com aqueles que ficaram. Esse, enquanto assim estávamos, juntava aqueles que ali tinham ficado, e ainda chamava outros. E andando assim entre eles, falando-lhes, acenou com o dedo para o altar, e depois mostrou com o dedo para o céu, como se lhes dissesse alguma coisa de bem; e nós assim o tomamos!
Acabada a missa, tirou o padre a vestimenta de cima, e ficou na alva; e assim se subiu, junto ao altar, em uma cadeira; e ali nos pregou o Evangelho e dos Apóstolos cujo é o dia, tratando no fim da pregação desse vosso prosseguimento tão santo e virtuoso, que nos causou mais devoção.
Esses que estiveram sempre à pregação estavam assim como nós olhando para ele. E aquele que digo, chamava alguns, que viessem ali. Alguns vinham e outros iam-se; e acabada a pregação, trazia Nicolau Coelho muitas cruzes de estanho com crucifixos, que lhe ficaram ainda da outra vinda. E houveram por bem que lançassem a cada um sua ao pescoço. Por essa causa se assentou o padre frei Henrique ao pé da cruz; e ali lançava a sua a todos -- um a um -- ao pescoço, atada em um fio, fazendo-lha primeiro beijar e levantar as mãos. Vinham a isso muitos; e lançavam-nas todas, que seriam obra de quarenta ou cinqüenta. E isto acabado -- era já bem uma hora depois do meio dia -- viemos às naus a comer, onde o Capitão trouxe consigo aquele mesmo que fez aos outros aquele gesto para o altar e para o céu, (e um seu irmão com ele). A aquele fez muita honra e deu-lhe uma camisa mourisca; e ao outro uma camisa destoutras.
E segundo o que a mim e a todos pareceu, esta gente, não lhes falece outra coisa para ser toda cristã, do que entenderem-nos, porque assim tomavam aquilo que nos viam fazer como nós mesmos; por onde pareceu a todos que nenhuma idolatria nem adoração têm. E bem creio que, se Vossa Alteza aqui mandar quem entre eles mais devagar ande, que todos serão tornados e convertidos ao desejo de Vossa Alteza. E por isso, se alguém vier, não deixe logo de vir clérigo para os batizar; porque já então terão mais conhecimentos de nossa fé, pelos dois degredados que aqui entre eles ficam, os quais hoje também comungaram.
Entre todos estes que hoje vieram não veio mais que uma mulher, moça, a qual esteve sempre à missa, à qual deram um pano com que se cobrisse; e puseram-lho em volta dela. Todavia, ao sentar-se, não se lembrava de o estender muito para se cobrir. Assim, Senhor, a inocência desta gente é tal que a de Adão não seria maior -- com respeito ao pudor.
Ora veja Vossa Alteza quem em tal inocência vive se convertera, ou não, se lhe ensinarem o que pertence à sua salvação.
Acabado isto, fomos perante eles beijar a cruz. E despedimo-nos e fomos comer.
Creio, Senhor, que, com estes dois degredados que aqui ficam, ficarão mais dois grumetes, que esta noite se saíram em terra, desta nau, no esquife, fugidos, os quais não vieram mais. E cremos que ficarão aqui porque de manhã, prazendo a Deus fazemos nossa partida daqui.
Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até à outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas de costa. Traz ao longo do mar em algumas partes grandes barreiras, umas vermelhas, e outras brancas; e a terra de cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é toda praia... muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande; porque a estender olhos, não podíamos ver senão terra e arvoredos -- terra que nos parecia muito extensa.
Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!
Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza aqui esta pousada para essa navegação de Calicute bastava. Quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa fé!
E desta maneira dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta Vossa terra vi. E se a um pouco alonguei, Ela me perdoe. Porque o desejo que tinha de Vos tudo dizer, mo fez pôr assim pelo miúdo.
E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo como em outra qualquer coisa que de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro -- o que d'Ela receberei em muita mercê.
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.
Pero Vaz de Caminha.